Quatro governadores alinhados à direita e cotados para a disputa presidencial de 2026, Tarcísio de Freitas (SP), Ronaldo Caiado (GO), Romeu Zema (MG) e Ratinho Júnior (PR), não participarão da manifestação bolsonarista marcada para este domingo (4). O ato, convocado por aliados de Jair Bolsonaro (PL), protesta contra decisões do STF, especialmente após a determinação do ministro Alexandre de Moraes que impôs tornozeleira eletrônica ao ex-presidente.
As manifestações ocorrem em meio à crise gerada pelo aumento de tarifas dos EUA sobre exportações brasileiras. A tensão aumentou após Washington impor sanções a Moraes, em movimento elogiado por bolsonaristas, mas que não recebeu apoio explícito dos governadores ausentes.
Como conta o Globo, Tarcísio, que participou de atos anteriores, passará por um procedimento médico na tireoide no domingo e ficará em repouso. “O governador cumprirá agenda interna na segunda-feira”, informou sua assessoria. Romeu Zema e Ratinho Júnior também não devem comparecer; Zema não comentou, e a equipe de Ratinho alegou compromisso no interior do estado.
Caiado foi o único a justificar publicamente a ausência. Ao Globo, afirmou que já tinha compromisso agendado e criticou o momento do protesto. “De maneira nenhuma é o melhor momento. É hora de diálogo com os EUA para não prejudicar empresas nem empregos”, disse, reafirmando ser “100% contra o tarifaço”.
O grupo participou do ato em São Paulo com Bolsonaro em abril. Em manifestação mais recente, em junho, apenas Tarcísio e Zema estiveram presentes, ao lado de Cláudio Castro (RJ) e Jorginho Mello (SC), ambos do PL. Ratinho e Caiado, na ocasião, também se ausentaram.
Apesar da pressão bolsonarista, os governadores evitaram se pronunciar sobre as sanções dos EUA a Moraes. Questionado durante evento do O GLOBO, Zema afirmou que o ministro “colhe o que plantou”, e criticou supostos “excessos” do STF. Já Caiado disse que “ambos os lados perderam o limite na dose”. Bolsonaro também não participará do ato: está proibido de sair de casa aos fins de semana por decisão judicial.