“Decisão não muda à base de esperneio”, disse Eduardo Bolsonaro após prisão de Lula

Atualizado em 5 de agosto de 2025 às 13:43
O deputado federal Eduardo Bolsonaro durante discurso na Câmara dos Deputados, em 2018. Foto: Reprodução

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente licenciado e escondido nos Estados Unidos, defendeu a prisão de Lula em 2018 e afirmou que ele não seria liberado com protestos da esquerda. O discurso foi proferido na tribuna da Câmara dos Deputados.

“Atenção, prezados políticos e parlamentares de esquerda, hoje em dia existe uma coisa chamada internet. Não adianta vocês virem aqui gritar, porque decisão judicial não muda à base de esperneio. Não vai mudar por causa disso. Lula está preso”, disse Eduardo na ocasião.

À época, Lula, atualmente presidente, havia sido condenado a 12 anos e 11 meses de prisão por acusação da Lava Jato de lavagem de dinheiro e corrupção. Ele passou 580 dias preso na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR) e solto em novembro de 2019 após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Chamando Lula de “corrupto”, o deputado disse que o petista seria um “ex-presidiário” se saísse da cadeia e criticou a esquerda por fazer manifestações pedindo sua soltura.

Atualmente, no entanto, ele e aliados da extrema-direita têm se “esperneado” nas redes por conta do ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi alvo de uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para cumprimento de prisão domiciliar.

O ex-presidente foi alvo de medidas cautelares em 18 de julho por indícios de que estava obstruindo o processo no qual é réu pela trama golpista. Ao determinar a prisão domiciliar, Moraes afirmou que ele usou as redes sociais de aliados para divulgar mensagens com “claro conteúdo de incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal e apoio ostensivo à intervenção estrangeira no Poder Judiciário brasileiro”.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), irmão de Eduardo, propôs nesta terça (5) um “pacote da paz” como uma resposta à prisão domiciliar do ex-presidente. O documento sugere anistia a investigados e condenados por atos antidemocráticos e o pedido de impeachment de Moraes.