Declaração bizarra de Yan Couto sobre Daniel Alves escancara a bolha em que o jogador brasileiro vive

Atualizado em 16 de outubro de 2023 às 13:07
Yan Couto em entrevista coletiva pela seleção brasileira. Foto: reprodução

Yan Couto, jovem lateral da Seleção Brasileira, concedeu sua primeira entrevista coletiva na tarde de ontem (15), com a perspectiva de ser titular na partida desta terça-feira contra o Uruguai, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026.

Nesta coletiva, Yan foi questionado sobre quem era a maior inspiração de sua carreira e respondeu, sem pestanejar, que era Daniel Alves. Até aí tudo bem, não fosse o fato de que o atleta, ex-Barcelona, está preso na Espanha, acusado de estuprar uma mulher em uma festa na capital da Catalunha.

A declaração de Yan é bizarra entre vários aspectos. O primeiro é que o jovem lateral, revelado no Coritiba, hoje atua pelo Girona, da Espanha, clube localizado também na Catalunha, estado onde Daniel Alves está preso. Com certeza, é um caso que ainda reverbera muito na região, ainda mais pela história que Daniel tem como jogador do Barcelona.

O segundo e talvez o principal, é o que mostra o completo desligamento do jogador de futebol brasileiro com a realidade. Yan não é o primeiro e nem o último caso de atleta do país que não passa por nenhum trabalho de mídia para evitar falar certas coisas. O nome de Daniel Alves deveria ser silenciado pela CBF em coletivas e comunicações até que todo o terrível caso fosse esclarecido. Não é o caso. O jogador é falado por ex-colegas de time como se estivesse de férias em alguma praia paradisíaca.

E aí, retomamos dois casos recentes no futebol do Brasil: o de Robinho, agora ex-jogador, condenado por estuprar coletivamente uma mulher na Itália em 2010 e o de Cuca, hoje técnico que também foi condenado pelo estupro de uma menor de idade na Suíça no ano de 1987.

No caso de Robinho, o Santos, clube que o revelou, chegou a contrata-lo em 2020, mas teve que declinar da contratação após protestos de coletivos de torcedoras do clube cobrarem fortemente sobre condenação. O presidente do clube na época, Orlando Rollo (preso em novembro de 2022 por suspeita de envolvimento com tráfico de drogas) disse na época que lacradores estavam “apredrejando” Robinho.

Robinho e Diego, “meninos da Vila”, jogam futevôlei em praia de Santos. Foto: reprodução

Hoje, Robinho está aposentado do futebol, mas segue batendo sua bolinha na praia com amigos, entre eles Diego Ribas, ex-companheiro dele na base do Santos e hoje comentarista do Grupo Globo.

O caso de Cuca explodiu neste ano. Contratado de maneira desastrada pelo presidente do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, o treinador durou apenas dois jogos no clube após uma cobrança impressionante de coletivos femininos do clube, imprensa e a própria família de Duílio cobrarem o porquê do clube contratar um condenado por estupro de menor como técnico.

No último jogo de Cuca, porém, os jogadores do Corinthians, liderados pelo goleiro Cássio e o atacante Róger Guedes, correram na direção do técnico para mostrar apoio a Cuca. De maneira inacreditável.

A declaração de Yan Couto, um jovem de 21 anos, exaltando a figura de Daniel Alves, mostra que o mundo dos boleiros é paralelo e completamente descolado da realidade. No futebol brasileiro, infelizmente isso é regra. São descolados da realidade tanto de seu país, quanto da sociedade em geral.

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