
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quinta-feira (8) que assinou um documento para bloquear o acesso à plataforma de mídia social X no país por um período de 10 dias. A decisão, segundo o chefe do governo, foi tomada após recomendação da Conatel (Comissão Nacional de Telecomunicações da Venezuela).
O político afirmou, durante um encontro televisionado com seus apoiadores, que a rede social, anteriormente conhecida como Twitter, será desativada temporariamente para que o microblog apresente suas documentações. Ele destacou que a medida visa garantir que as leis venezuelanas sejam respeitadas.
O líder venezuelano aproveitou a ocasião para criticar Elon Musk, proprietário da X, acusando-o de violar as próprias regras da plataforma. Nicolás Maduro alegou que o empresário e sua rede social infringiram as leis do país, promovendo incitação ao ódio, fascismo, guerra civil e violência.
#ÚLTIMAHORA Nicolás Maduro ordena el bloqueo de la red social X (Twitter) en Venezuela por 10 días https://t.co/yWR2XG4pn5 pic.twitter.com/2JbhyD9ViQ
— Monitoreamos (@monitoreamos) August 8, 2024
O confronto entre Maduro e Musk teve início após a eleição presidencial venezuelana, realizada em 28 de julho. Além de atacar a rede social X, o mandatário reiterou sua decisão de romper relações com o WhatsApp, alegando que o aplicativo é utilizado por grupos fascistas para ameaçar a Venezuela. Ele ainda pediu à população que pare de usar o serviço de mensagens.
O político já havia responsabilizado as redes sociais TikTok e Instagram pela violência no país, após uma série de protestos desencadeados pelo resultado das eleições presidenciais. O presidente afirmou que mais de duas mil pessoas foram presas durante os protestos, número que contrasta com o registro de organizações não-governamentais como o Fórum Penal, que contabilizou 1.102 detenções entre 29 de julho e 6 de agosto.
Reeleito para um terceiro mandato nas eleições de 28 de julho, conforme anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Maduro enfrenta a contestação da oposição e de diversos países, que questionam o resultado do pleito. Enquanto isso, os registros oficiais de votação estão sendo investigados pela justiça venezuelana.