Defensoria do RS processa a Cobasi em R$ 50 milhões pela morte de animais

Atualizado em 31 de maio de 2024 às 21:59
Loja da Cobasi em Porto Alegre (RS) na qual morreram animais afogados após a enchente. Reprodução

A Defensoria Pública do Rio Grande do Sul entrou com uma ação judicial contra a Cobasi, empresa que vende produtos e serviços para animais domésticos, além de comercializar animais de estimação.

A ação busca uma indenização de R$ 50 milhões pela morte de dezenas de animais em duas lojas da Cobasi em Porto Alegre durante as enchentes no início de maio. Ao todo, pelo menos 38 animais de uma unidade e quatro de outra morreram.

Na ação, a Defensoria argumenta que a empresa causou danos ambientais, à saúde pública e danos psicológicos à comunidade, devido às imagens divulgadas durante o trabalho das autoridades. Em nota, a Defensoria afirmou que “o valor cobrado representa menos de 2% do faturamento da empresa, que é de R$ 3 bilhões por ano”.

A defesa da Cobasi, em nota, chamou a indenização de “absurda” pelo valor pedido e disse que ela “reflete o uso precipitado e leviano do direito de petição, no caso exercido sem a devida apuração dos fatos”. A defesa também afirmou que “a Cobasi lamenta profundamente o ocorrido” e que está realizando ações de apoio ao estado, incluindo o envio de suprimentos.

Fachada da Defensoria Pública do Rio Grande do Sul. Divulgação

Entenda o caso

Em uma das lojas, localizada no subsolo do Shopping Praia de Belas, dezenas de animais pequenos, como aves, peixes e roedores, foram deixados durante a inundação que afetou o local em 3 de maio. Segundo testemunhas e gerentes do shopping, mesmo com o fechamento do centro comercial naquele dia, ainda era possível acessar a unidade da Cobasi nos dias seguintes e resgatar os animais.

Enquanto a água subia ao longo dos dias, a gerente da loja orientou os funcionários a guardar equipamentos eletrônicos do local em carrinhos de compras, que foram colocados no mezanino, que permaneceu seco. Os animais, que foram deixados com comida e água para alguns dias, poderiam ter sido retirados dentro de suas gaiolas, mas permaneceram no subsolo, que foi totalmente alagado.

Um trecho do documento menciona as imagens dos corpos e afirma: “Visualizando os animais como sujeitos de direito, e principalmente como seres vivos e sencientes, que sentem dor e agonia, choca a imagem a seguir de 38 deles (no mínimo) mortos afogados, de forma cruel e lenta.” O processo também questiona se o desfecho teria sido diferente se, em vez de roedores e aves, fossem cães e gatos.

Na outra loja mencionada no processo, os funcionários fecharam o estabelecimento, alegando ter deixado comida e água suficientes para cinco dias, mas não voltaram ao local por uma semana. O resultado só não foi o mesmo da unidade do shopping porque ativistas entraram na loja e retiraram os animais. Mesmo assim, quatro já haviam morrido.

Chegamos ao Blue Sky, clique neste link
Siga nossa nova conta no X, clique neste link
Participe de nosso canal no WhatsApp, clique neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link