Defensoria negocia pena alternativa para 181 bolsonaristas réus pelo 8/1

Atualizado em 16 de setembro de 2023 às 13:39
Bolsonaristas durante os atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A Defensoria Pública da União (DPU) está negociando com a Procuradoria-Geral da República (PGR) um acordo de não persecução penal (ANPP) para 181 réus acusados de participar dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.

Essa iniciativa procura oferecer uma alternativa às penas de prisão para os acusados, que incluem acusações de associação criminosa e incitação ao crime. O ANPP proposto busca utilizar práticas restaurativas como meio de reparação e prevenção de crimes, em vez de uma resposta penal uniforme e não individualizada.

As 181 pessoas defendidas pela DPU estão sendo acusadas de crimes relacionados aos atos antidemocráticos de janeiro. No entanto, essas acusações envolvem delitos com penas máximas totais de 3 anos e 6 meses de prisão, tornando-as passíveis de negociação sob o ANPP.

A proposta envolve encaminhar os casos ao Núcleo de Prática Restaurativa do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), que possui experiência em casos penais que envolvem práticas restaurativas. Nesse processo, a ideia é individualizar cada caso, investigando os motivos que levaram cada réu a cometer o crime.

Com base nisso, serão determinadas medidas não prisionais, como orientações para evitar a disseminação de informações falsas ou pagamento de multas. A PGR será responsável por definir os requisitos para adesão ao ANPP.

Bolsonaristas sendo presos após atos golpistas de 8 de janeiro. Foto: Ueslei Marcelino

A proposta de acordo com práticas restaurativas foi apresentada em uma reunião com o ministro relator do caso, Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que demonstrou abertura ao tema.

Essa negociação agora acontece entre a DPU e a PGR, com a prerrogativa de propor o acordo. Caso seja firmado, caberá ao ministro Alexandre de Moraes homologá-lo. Além dos réus assistidos pela DPU, outros acusados que preencherem os requisitos poderão aderir ao ANPP.

O acordo de não persecução penal é previsto no Código de Processo Penal (CPP) brasileiro e é uma maneira de alcançar respostas penais mais céleres e menos sobrecarregadas judicialmente. Até 2022, o Ministério Público propôs 21.466 acordos em todo o país, representando uma pequena parcela das soluções nos processos judiciais criminais.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link
Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.