
A defesa de Jair Bolsonaro (PL) alegou que Bruno Sheid, vice-presidente do Partido Liberal de Rondônia, ajudaria o ex-presidente a lidar com seus problemas de saúde e, por isso, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (5), autorização para que o ruralista visite regularmente o político em prisão domiciliar.
Os advogados também alegam que a presença de Scheid será importante para a relação institucional mantida pelo ex-presidente com o Partido Liberal.
O documento enviado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes diz que Scheid tem “estreita relação de amizade” com a família do ex-presidente, “circunstância que o levou a prestar apoio contínuo mesmo antes do atual quadro de saúde”.
Segundo a defesa, o apoio de Scheid seria relevante porque Michelle Bolsonaro precisa sair de casa para seguir sua agenda de trabalho. “Tal vínculo pessoal e familiar reforça a pertinência de sua presença na residência, sobretudo diante da impossibilidade de que a esposa do Peticionante concilie integralmente a atividade laboral com os cuidados exigidos”, afirma o pedido.
Jair Bolsonaro está em prisão domiciliar desde o início de agosto. De acordo com as regras estabelecidas pelo Supremo, apenas familiares, advogados e médicos podem visitar o ex-presidente regularmente. Aliados políticos e amigos necessitam de prévia autorização do STF para realizar visitas.

Scheid havia feito uma solicitação semelhante anteriormente, mas o requerimento ainda não foi analisado por Moraes. Apoiador do ex-presidente, Scheid foi pré-candidato a deputado federal por Rondônia em 2022, pelo PL, mas não se elegeu. Ele foi apontado como o principal responsável por captar recursos para a campanha presidencial de Bolsonaro junto ao setor ruralista.
A prisão domiciliar de Bolsonaro foi decretada por Moraes em 4 de agosto, em virtude do descumprimento de medidas cautelares impostas anteriormente. O ex-presidente violou as regras ao participar por videochamada da manifestação pró-anistia do dia 3 de agosto. O vídeo do momento foi compartilhado pelo filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).
Até agora, apenas um pedido de visita foi negado pelo ministro: o do deputado Gustavo Gayer (PL-GO). Moraes rejeitou a solicitação porque o parlamentar é alvo de um inquérito sigiloso em andamento na Corte, ligado a investigações envolvendo Bolsonaro.