
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro tem 24 horas para se manifestar sobre a violação da tornozeleira eletrônica do político. O fato ocorreu na madrugada de sábado, 22 de novembro de 2025, poucas horas antes de Bolsonaro ser preso preventivamente em Brasília. A decisão está ligada a um relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape), que detectou uma tentativa de violação do equipamento.
Segundo o relatório, o alarme da tornozeleira disparou às 0h07 do sábado, acionando uma equipe para verificar a situação na residência de Bolsonaro. A vistoria mostrou que o aparelho apresentava marcas de queimadura e danos visíveis, especialmente no ponto de fechamento. Questionado, Bolsonaro confessou que usou um ferro de solda para tentar abrir o dispositivo, justificando o ato como “curiosidade”. Aliados mencionaram que ele estaria “em surto” no momento da tentativa.
A prisão do ex-presidente ocorreu no mesmo dia e ele foi levado a uma cela especial na Superintendência da Polícia Federal. Na decisão que decretou sua prisão preventiva, Moraes citou tanto a vigília convocada pelo senador Flávio Bolsonaro quanto a tentativa de violação da tornozeleira como fatores que indicariam risco de fuga. A ação visa prevenir qualquer tentativa de evasão e não representa o início do cumprimento da pena penal.
Bolsonaro ainda aguarda o julgamento de um recurso no STF, que deve ser apresentado até segunda-feira, 24 de novembro. Caso esse recurso não seja aceito, ele começará a cumprir a condenação de 27 anos e três meses de prisão, ainda imposta por liderar uma tentativa de golpe de Estado. Até lá, o ex-presidente permanece sob monitoramento, com equipamento substituído após o incidente.
Os advogados de Bolsonaro argumentaram que a tentativa de violação do equipamento não justifica sua prisão, ressaltando que ele estava vigiado 24 horas por dia por uma equipe de segurança constante. Para a defesa, o estrago na tornozeleira serviu apenas para causar humilhação ao ex-presidente, sem qualquer chance real de fuga, dada a vigilância restrita.
O relatório detalha que, durante a inspeção, a diretora adjunta do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica constatou que as marcas no equipamento não eram compatíveis com choques decorrentes de quedas, reforçando a versão da tentativa deliberada de abrir a tornozeleira. Diante disso, o aparelho foi recolhido para análise e substituído no local.
Entre as medidas impostas a Bolsonaro pelo STF está o uso do aparelho eletrônico para monitoramento 24 horas por dia, além de restrições como a permanência em casa no período noturno e a proibição de comunicação com certos indivíduos, incluindo diplomatas e outros investigados. O descumprimento dessas medidas tem gerado debates e ações judiciais recentes.
Veja o vídeo onde o ex-presidente fala da tornozeleira:
Video de BOLSONARO dizendo que danificou a tornozeleira com ferro de solda… #BolsonaroFree #BOLSONAROSnaCADEIA #Bolsonaro pic.twitter.com/fXHRMk50qA
— WagLegal (@wagfidelis10) November 22, 2025