Defesa diz que Bolsonaro imprimiu “minuta do golpe” por ter problemas de visão

Atualizado em 9 de fevereiro de 2024 às 19:58
Bolsonaro com dificuldade de leitura em seu celular. Reprodução

Nesta sexta-feira (9), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que ele nunca teve conhecimento ou participação nas chamadas “minutas golpistas”.

De acordo com a defesa, o ex-presidente não costuma ler textos em seu telefone celular devido às limitações da tela e à necessidade de lentes corretivas, optando, portanto, por solicitar à sua equipe a impressão do documento em papel.

A nota da defesa também esclarece que Bolsonaro tomou conhecimento da existência dessas minutas apenas após a apreensão do telefone do tenente-coronel Mauro Cid, e mediante acesso legal concedido por seu advogado na investigação, que identificou esses elementos.

A minuta do golpe encontrada com Anderson Torres e, posteriormente, na sede do PL. Reprodução

Na quarta-feira (8), a Polícia Federal encontrou na sede do Partido Liberal (PL) um documento que propunha a decretação de um Estado de Sítio e da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no país. Segundo informações, o documento foi localizado na sala de Bolsonaro.

A defesa, ao ter acesso aos arquivos da investigação, alegou que o ex-presidente solicitou o documento sem conhecer o conteúdo das supostas minutas. Essa solicitação foi feita ao advogado criminalista Paulo Amador da Cunha Bueno, que encaminhou as minutas ao aplicativo de mensagens de Bolsonaro.

Segundo a defesa, a impressão do documento ocorreu para facilitar a leitura do texto, e essa cópia foi apreendida durante uma busca na sede do PL. Alega-se que Bolsonaro só tomou conhecimento do conteúdo da suposta minuta em outubro de 2023, após o envio do documento para seu celular.

A defesa enfatiza a distância de Bolsonaro de qualquer empreitada ilegal e destaca que o documento já integrava a investigação da PF.

O documento em questão, encontrado durante uma operação que visava apurar um suposto plano de golpe de Estado no final de 2022, não está assinado e faz referências a princípios do Iluminismo, citando Aristóteles.

A defesa reforça que se trata de um texto apócrifo, sem autenticidade comprovada, e que a intenção do ex-presidente é garantir a restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil.

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