Delegado e médica suspeitam de envenenamento no caso de moradores de rua mortos depois de receberem marmita

Atualizado em 23 de julho de 2020 às 12:06
Marmitas possuíam “bolinhas pretas” similares a chumbinho, segundo delegado

Por Caique Lima

Nesta quarta (22), Itapevi, um município na Zona Oeste da Região Metropolitana de São Paulo, foi palco de uma grande tragédia.

Duas pessoas e um cachorro morreram, e uma criança e uma adolescente foram internados em estado grave após ingerirem uma marmita contaminada.

As vítimas fatais são duas pessoas em situação de rua: Vagner Aparecido Gouveia de Oliveira e José Araújo Conceição, dono do cão.

Vagner Aparecido (esq.) e José Araújo (dir.)

Dois carros entregaram marmitas às 22:00 de terça (21) e, na madrugada de quarta (22), eles passaram mal e foram a óbito.

Ambos ficavam num posto de gasolina desativado em Itapevi.

Posto de gasolina onde ficavam os moradores de rua. Foto: Reprodução/Itapevi Agora

Os internados são Fábio (11) e Jennifer (17), respectivamente filho e namorada de Flávio Araújo, vendedor de churros e amigo de Vagner.

Ele conta que recebeu a marmita do amigo e a levou para casa.

Lá, entregou-a para o filho e a namorada, e comeu parte da “mistura”.

15 minutos depois, relata, em entrevista ao Brasil Urgente, o filho começou a passar mal e teve de ser entubado num hospital.

“A médica falou que parece envenenamento mesmo, por chumbinho ou outro tipo. Eu comi só a mistura e não passei mal”.

Delegacia de Itapevi

O delegado do caso, Aloysio Ribeiro de Mendonça Neto, afirma que a comida pode ter sido envenenada ou ter estragado.

No entanto, diz que foram encontrados pequenos corpos pretos no alimento, o que aponta serem chumbinho.

A Polícia Civil aguarda o exame toxicológico e investiga os responsáveis pela entrega da comida.

Carros que entregam marmitas aos moradores de rua

Imagens das câmeras do posto de gasolina onde ficavam as vítimas fatais foram obtidas pelo programa.

Um casal cujo carro aparece nas câmeras de segurança prestou depoimento à Polícia.

Eles relatam que entregam a moradores de rua a mesma comida com que alimentam a família e negam um possível envenenamento.

O prefeito da cidade, Igor Soares, apontou inicialmente a possibilidade de um crime e afirmou:

No que for preciso a Prefeitura contribuirá com a Polícia Civil nas investigações para que os criminosos sejam localizados e punidos”.

O prefeito postou mensagem da rede social sobre o que parece ser um atentado cruel.