Delgatti diz que Bolsonaro pediu a ele que assumisse grampo no telefone de Moraes

Atualizado em 17 de agosto de 2023 às 11:00
Walter Delgatti Neto, o hacker da Vaza Jato, durante a CPMI do 8 de janeiro. Foto: Reprodução

Walter Delgatti Neto, o hacker da Vaza Jato, disse nesta quinta-feira (17), durante a CPMI do 8 de janeiro, que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que haviam conseguido “grampear” o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com Delgatti, Bolsonaro disse que o grampo de Moraes teria “conversas comprometedoras” e que precisava que ele assumisse a culpa do aparelho de espionagem. O hacker, no entanto, concordou em assumir a culpa do grampo que, segundo o ex-capitão, teria sido feito por pessoas de fora do Brasil. 

“E segundo ele [Bolsonaro], eles haviam conseguido um grampo, que era tão esperado à época, do ministro Alexandre de Moraes. Que teria conversas comprometedoras do ministro, e ele precisava que eu assumisse a autoria desse grampo”, disse o hacker.

Ele ainda disse que, em troca de assumir a autoria do grampo, receberia um indulto presidencial. Segundo Delgatii, a promessa foi feita durante reunião no Palácio da Alvorada, em Brasília, próximo às eleições do ano passado.

O hacker também ressaltou que não chegou a acessar as conversas supostamente grampeadas, e não sabe se elas existem. Além disso, segundo Delgatti, a ideia por trás dessa estratégia era evitar questionamentos “da esquerda.

“Lembrando que, à época, eu era o hacker da Lava Jato, né. Então, seria difícil a esquerda questionar essa autoria, porque lá atrás eu teria assumido a ‘Vaza-Jato’, que eu fui, e eles apoiaram. Então, a ideia seria um garoto da esquerda assumir esse grampo”, relatou.

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