“Dentes horríveis”: procuradores da Lava Jato atacavam Cármen Lúcia insinuando homossexualidade

Atualizado em 14 de março de 2024 às 15:45
A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Procuradores da Lava Jato atacaram e fizeram diversas críticas à aparência da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), em grupo no aplicativo de mensagens Telegram. Livia Tinoco, Janice Ascari, Wellington Saraiva e Luiz Lessa zombaram da magistrada por uma suposta falta de “cuidados corporais” e insinuaram que ela seria homossexual. A informação é da revista Piauí.

“Cármen Lúcia é franciscana. Mulher simples. De muita renúncia. Não tem filho para sustentar”, escreveu Livia em um grupo de procuradores. Janice então afirmou que a ministra “nem gasta com cabeleireiro” e a colega prosseguiu com os ataques, falando sobre os dentes de Cármen Lúcia.

“Nem com dentista. Tem uns dentes horríveis, Amarelos e tortos. Mereciam uma lente pra ajudar um pouco o sorriso. Já passou da hora de fazer um preenchimento e um botox”, prosseguiu, causando uma risada em Janice.

Mensagens de procuradores da Lava Jato foram obtidas no celular de Deltan Dallagnol. Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters

Na sequência, o procurador Wellington Saraiva fez especulações sobre o estado civil da ministra e sugeriu que ela seria homossexual. “Alguém sabe se é casada, já casou, teve união com qualquer nível de estabilidade e se tem filhos? Não que isso tenha relevância profissional, mas tem…”, escreveu.

Livia então disse que ela é uma “ótima magistrada”, mas que “em matéria de cuidados corporais é péssima”. “Parece até ser anti-higiênica”, prosseguiu a procuradora. Janice afirmou que ela “pegou pesado” no comentário, mas Luiz Lessa prosseguiu com ataques: “A quantidade de publicações indica que ela não teve tempo para romance”.

Os diálogos fazem parte de um conjunto de 952.754 mensagens enviadas e recebidas pelo ex-procurador Deltan Dallagnol no Telegram. Elas integram o acervo da Operação Spoofing, deflagrada pela Polícia Federal em 2019 para investigar o vazamento de conversas de membros da Lava Jato.

A ex-primeira-dama Marisa Letícia e a ex-presidente Dilma Rousseff também eram alvos de ataques dos procuradores. Membros da Lava Jato chamaram a primeira de “tribufu” e fizeram comentários machistas após a fala da petista sobre “saudar a mandioca”.

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