Denúncias contra Ciro Nogueira geram crise no governo Bolsonaro

Os problemas começaram com a divulgação da supostas irregularidades na gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), presidido por Marcelo Ponte, ex-chefe da gabinete do ministro.

Atualizado em 12 de abril de 2022 às 12:55

 

Ciro Nogueira gera crise no governo de Bolsonaro
Ciro Nogueira
Foto: Reprodução

Desde a semana passada, após denúncias de irregularidade e corrupção por parte do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, o governo Bolsonaro tem passado por desgastes. Os problemas começaram com a divulgação da supostas irregularidades na gestão do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), presidido por Marcelo Ponte, ex-chefe da gabinete do ministro.

Além disso, na última sexta-feira (8), a Polícia Federal concluiu que Nogueira praticou os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Esses últimos acontecimentos geraram clima tenso no Palácio do Planalto, principalmente entre integrantes do setor militar.

No entanto, o ministro não deve sair do cargo, já que a sua saída poderia causar prejuízo político à campanha à reeleição de Bolsonaro, da qual ele é um dos coordenadores. Auxiliares de Bolsonaro passaram a questionar o custo da parceria com os líderes do Centrão.

Presidente licenciado do PP, Nogueira tomou posse em agosto do ano passado, ao afirmar que desempenharia o papel de “amortecedor” no governo de Bolsonaro. Com isso, houve uma perda de influência dos militares no Planalto. Os antecessores imediatos de Nogueira são de origem das Forças Armadas.

Apoio de Nogueira a partidos continuam

Ciro Nogueira apoia partidos
Bolsonaro e Ciro Nogueira
Foto: Reprodução

Entretanto, a reforma ministerial realizada no fim de março devolveu poder aos militares. Flávia Arruda, deputada federal do PL, deixou Secretaria de Governo e foi substituída por Célio Faria Júnior, ex-chefe de gabinete de Bolsonaro. Ao mesmo tempo, Braga Netto, que estava na Defesa, voltou ao Planalto, mas agora como assessor da Presidência.

No último domingo (10), foi divulgado que que 75% dos recursos destinados pelo FNDE para a compra de caminhões frigoríficos foram destinados para 14 cidades comandadas por prefeitos do PP, partido do qual Nogueira é presidente licenciado.

Dessas cidades, nove ficam no Piauí, estado do ministro. Parte dos prefeitos agraciados se reuniu com o ministro pouco tempo antes de suas cidades receberem os veículos. O presidente do FNDE é Marcelo Ponte, que foi chefe de gabinete de Nogueira no Senado.

Além disso, o PPe o PL foram os partidos mais beneficiados com obras feitas pelo FNDE desde 2021. Cidades comandadas pelas duas siglas receberam, proporcionalmente, mais melhorias do que outros partidos, tanto em número de cidades agraciadas quanto em número de construções.

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