Departamento de Defesa é processado após realizar mais de 80 procedimentos invasivos em animais vivos

Atualizado em 2 de novembro de 2024 às 9:48
Treinamento dos militares dos EUA. Foto: Divulgação

Por Ana Coqueiro, em Revista Sociedade Militar

Departamento de Defesa é processado após o uso de animais vivos em treinamento militar nos Estados Unidos. Segundo levantamento, cerca de 80 animais sofreram processos de laceração e perfuração; contudo, não houve esclarecimentos sobre a ação. Diante dessa situação e levando em conta a Lei de Liberdade de Informação, uma organização de proteção aos animais entrou com um processo judicial.

A Freedom of Information Act, ou FOIA, é uma lei que determina a clareza nas informações pelas agências governamentais federais. Criada em 1966, a FOIA tem o intuito de garantir a transparência dos dados para a população. Os cidadãos podem solicitar documentos e registros, exceto informações relacionadas à privacidade de indivíduos ou à segurança nacional.

Treinamento militar e processo

A razão do processo é justamente o fato de o Departamento de Defesa recusar-se a fornecer informações sobre os detalhes do uso de porcos e cabras em treinamento militar nos hospitais militares.

A ação foi proposta no dia 23 de outubro, e os principais responsáveis foram o Comitê de Médicos para Medicina Responsável, representados pela organização sem fins lucrativos em defesa dos animais e em prol da ética médica.

O comitê declarou que o Departamento de Defesa ignorou as solicitações para transparência sobre a laceração dos animais; inclusive, ligações e e-mails não foram respondidos, e os questionamentos não foram esclarecidos. Esse comportamento aumentou especulações e preocupações sobre o assunto.

Erin Griffith, médica de medicina de emergência e membro de longa data do PCRM, comandante aposentada, falou sobre o tema durante uma entrevista ao portal Military e destacou a preocupação com a falta de transparência por parte do pessoal responsável.

Treinamento dos militares dos EUA. Foto: Divulgação

Política do departamento

Vale lembrar que, desde 2011, o Departamento conta com regras que limitam o uso de animais vivos para a realização de treinamento médico. Inclusive, a comandante aposentada citou que o comitê médico desconfia que o Pentágono quebra suas próprias regras, já que o uso de animais vivos continua. Anualmente, 60 porcos são utilizados para treinamento médico.

A médica ainda pontuou que a anatomia do porco e dos humanos é diferente, desde a quantidade de órgãos, o que parece não justificar tal ação.

O Government Accountability Office (GAO), responsável por auditorias e investigações, afirmou que o Departamento deve estabelecer metas e medidas para diminuir e cancelar o uso de animais no treinamento militar nos hospitais.

Com as metas, seria melhor estabelecer parâmetros e avaliar o cumprimento das promessas previamente estabelecidas.

Contudo, alguns militares destacaram o posicionamento a favor do uso de animais e apontaram que a ação traz condicionamento clínico e psicológico, além de preparação para a guerra.

Segundo pesquisas, 97% dos programas de residência realizam treinamento sem a presença de animais. O estudo levou em conta esclarecimentos e entrevistas feitas no Canadá e também nos Estados Unidos.

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