Depoimento de Bolsonaro vira destaque na imprensa internacional: “Histórico”

Atualizado em 11 de junho de 2025 às 8:42
Matéria do “The Guardian” sobre o depoimento de Jair Bolsonaro no STF – Foto: Reprodução

A imprensa internacional repercutiu o depoimento de Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (11), no processo em que ele é acusado de tentar dar um golpe de Estado.

Veículos estrangeiros ressaltaram que esta é a primeira vez que um ex-presidente brasileiro é julgado por uma suposta conspiração para permanecer no poder após a derrota eleitoral. O caso tem chamado atenção por envolver lideranças militares e um plano para impedir a posse do presidente Lula (PT).

O jornal britânico The Guardian destacou a fala de Bolsonaro no depoimento, quando afirmou que não planejou um golpe, mas que discutiu “caminhos alternativos” para seguir como presidente.

O ex-mandatário chegou a pedir desculpas ao ministro Alexandre de Moraes e a outros dois magistrados por declarações anteriores sobre supostos subornos, citadas em uma gravação usada como prova no processo.

A BBC também cobriu o interrogatório e ressaltou que Bolsonaro negou qualquer tentativa de golpe.

Segundo a emissora, ele declarou que “golpe é uma coisa abominável” e garantiu que “nunca houve a menor possibilidade de golpe” durante seu governo.

Matéria da “BBC” sobre o depoimento de Jair Bolsonaro no STF – Foto: Reprodução

O La Nacion, por sua vez, informou que o ex-presidente brasileiro negou a existência de um plano de ruptura democrática, mas confirmou ter conversado com integrantes das Forças Armadas sobre medidas legais relacionadas ao resultado das eleições de 2022.

O veículo mencionou ainda o histórico de Bolsonaro de críticas ao sistema judiciário e sua defesa do regime militar brasileiro.

A rádio americana NPR classificou o julgamento como “histórico” e lembrou que Bolsonaro pode enfrentar uma longa pena de prisão. O espanhol El País afirmou que o ex-presidente “se converte em réu por liderar uma tentativa de golpe contra Lula”, enfatizando sua fala ao ministro Moraes de que “não há levante sem líder, Forças Armadas ou apoio popular”.