Depois do tarifaço, Barroso liga pra Lula e traça reação contra Trump

Atualizado em 10 de julho de 2025 às 7:10
O presidente Lula e o ministro Luís Roberto Barroso, do STF – Foto: Reprodução

Na quarta-feira (9), após Donald Trump anunciar uma tarifa adicional de 50% sobre produtos brasileiros, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, ligou para o presidente Lula (PT) para discutir a resposta do Brasil.

Na ocasião, conforme informações do Estadão, os dois decidiram que a reação oficial será conduzida pelo Itamaraty e outros órgãos do Executivo, enquanto o Supremo adotará uma postura mais discreta.

Ministros do STF afirmaram, sob reserva, que não estão surpresos com o gesto de Trump e que não se impressionariam se novos ataques surgirem conforme se aproxima o julgamento de Jair Bolsonaro, previsto para o final de agosto. Segundo eles, a pressão internacional não irá interferir no processo judicial. O ex-presidente já foi considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por ataques ao sistema eleitoral.

A ofensiva do presidente dos EUA tem como justificativa o que chamou de abusos do STF contra Bolsonaro e “ameaças à liberdade de expressão”. No entanto, ministros da Corte avaliam que essa retaliação faz parte de um movimento político e não altera a responsabilidade do tribunal de julgar o ex-presidente conforme as leis brasileiras.

Mesmo com a orientação para o silêncio institucional, o ministro Flávio Dino publicou uma mensagem indireta nas redes sociais. “Uma honra integrar o Supremo Tribunal Federal, que exerce com seriedade a função de proteger a soberania nacional, a democracia, os direitos e as liberdades, tudo nos termos da Constituição do Brasil e das nossas leis”, escreveu ele no Instagram.

Fontes do STF disseram que o julgamento de Bolsonaro ocorrerá normalmente e que as tentativas de intimidação não têm efeito prático sobre o andamento do caso.

A postura adotada por Barroso e Lula visa demonstrar que a diplomacia brasileira responderá com firmeza, mas sem alimentar a escalada de tensão com os EUA.