Deputada do PSOL diz que Daniel Silveira lhe confessou “que queria ser outra pessoa, e que tem irmão e amigos homossexuais”

Atualizado em 20 de fevereiro de 2021 às 14:16

 

Áurea Carolina  — Foto: Patrick Arley/Divulgação

Thread no twitter da Deputada Aurea Carolina:

Um deputado bolsonarista me disse, certa vez, que se arrepende de uma cena de violência que protagonizou. Emendou que estava cansado da polarização política, que queria ser outra pessoa, e que até tem um irmão e amigos homossexuais. +

Eu perguntei, então, pq ele não se retratava publicamente e mostrava a sua verdadeira posição, mudando desde já. Ele disse que não podia fazer isso, seu eleitorado não o perdoaria. Entorpecido, recorria à autojustificação covarde que alimenta o círculo vicioso da violência. +

Contei esse episódio num texto que escrevi no ano passado. Hoje posso dizer que eu falava de Daniel Silveira e da sua exibição junto com os brutamontes que destruíram a placa de Marielle Franco. O texto está disponível no @NexoJornal: +

Para não ser covarde: a luta antirracista e pela democracia, não importa se no sistema político ou nas relações de intimidade, a omissão e a conivência de quem legitima uma violência flagrante são provas da sua inconfessável covardia

Quando tive essa conversa com Daniel, fiquei muito impactada com a consciência que ele tinha dos seus atos e compreendi que a covardia é uma conduta que sustenta o bolsonarismo. Vendo ontem sua patética defesa, com a repetição do discurso arrependido, o padrão foi confirmado. +

Quando convém, fascistas amenizam o tom, escolhem bem as palavras, tentam se passar por cordiais e razoáveis. Não são agentes passionais. Calculam seus movimentos. É importante lembrar disso, pq o bolsonarismo é um projeto racional que sempre passa pela manipulação dos afetos.

Ah, o texto é de 2019*

https://twitter.com/aureacarolinax/status/1363137542695116801?s=24