A deputada Luciene Cavalcante, do PSol de São Paulo, solicitou nesta quinta-feira (28) que o Ministério Público Militar pressione pelo afastamento do Exército do general da reserva Walter Braga Netto, enquanto ele é investigado por sua nomeação do delegado Rivaldo Barbosa como chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro um dia antes do assassinato de Marielle Franco.
A nomeação de Barbosa foi realizada por Braga Netto. Durante o governo Temer, em 2018, Braga Netto atuou como interventor federal na segurança pública fluminense. Após a operação da PF que resultou na prisão do ex-chefe da Polícia Civil, subordinado a Braga Netto, o general afirmou que assinou a nomeação por “questões burocráticas”.
De acordo com manifestações citadas na decisão do ministro Alexandre de Moraes, a PF declarou que Rivaldo Barbosa planejou minuciosamente o assassinato de Marielle e teve total influência para obstruir as investigações da polícia sob seu comando.
“É de extrema importância e gravidade o contexto que levou à nomeação de Rivaldo Barbosa, uma vez que ocorreu não só de forma discricionária e sem fundamentação, mas também em desacordo com a Inteligência da Polícia Civil do Rio de Janeiro, o que pode representar uma violação à lei e à ordem pública”, afirmou a deputada Luciene Cavalcante.
Após sua atuação como interventor federal, Braga Netto ocupou os cargos de ministro da Defesa e da Casa Civil no governo de Jair Bolsonaro. Em 2022, ele foi vice-presidente na campanha de reeleição e participou de articulações golpistas, segundo a Polícia Federal.
A defesa de Braga Netto alegou que a seleção e indicação dos chefes de Polícia Civil eram de responsabilidade do então secretário de Segurança Pública, o general Richard Nunes. Segundo a nota da defesa de Braga Netto, o ato administrativo de nomeação era assinado pelo interventor federal por questões burocráticas.
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