Parlamentares de oposição ameaçaram chamar a polícia para fazer o Ministro da Justiça, Flávio Dino, participar de comissão na Câmara dos Deputados. Ele foi convocado pela Comissão de Segurança Público nesta terça (10) para prestar esclarecimentos sobre sua pasta, mas não era obrigado a comparecer.
O deputado bolsonarista Bibo Nunes (PL-RS) afirmou que a comissão deve pedir a condução coercitiva de Dino e solicitar que ele “seja conduzido por forças policiais”. O parlamentar acusa o ministro de “crime de responsabilidade” e diz que ele “não respeita regras e menospreza o Congresso”.
O ministro enviou um ofício explicando sua ausência à comissão e justificou que sua pasta estava coordenando uma operação policial contra pornografia infantil em vários estados.
“Informo a impossibilidade de comparecimento a esta comissão, em face de providências administrativas inadiáveis. Tais providências implicam a mobilização da equipe da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública), impedindo adequada preparação do material relativo aos temas solicitados por essa comissão”, diz documento enviado à Câmara.
Deputados apresentaram 19 requerimentos para convocar o ministro, a maioria do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro. A comissão é presidida pelo deputado Ubiratan Sanderson (PL-RS) e formada majoritariamente por bolsonaristas e parlamentares ligados a forças de segurança.
Os requerimentos pedem que Dino esclareça vários temas: declaração em que vincula CACs (colecionadores, atiradores esportivos e caçadores) ao desvio de armas para o crime organizado; a prisão do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, pela Polícia Federal; e o decreto que institui novas regras para posse e porte de armas.