Deputado bolsonarista exalta avô que defendeu exército de Hitler

Atualizado em 18 de maio de 2023 às 18:09
Deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP). Foto: Reprodução

O deputado federal Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP) usou a tribuna da Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (17), para homenagear o Dia Internacional da Vishyvanka, uma veste tradicional da Ucrânia, país de seus antepassados. Com informações do Congresso em Foco.

Durante o seu discurso, o parlamentar exaltou a participação de seu avô, o ucraniano Bohdan Bilynskyj, como combatente na Segunda Guerra Mundial e exemplo para sua atuação política.

Bohdan foi combatente voluntário da Waffen-SS, exército pessoal de Adolf Hitler, fato conhecido e divulgado pelo deputado em suas redes sociais.

“Essas vestes são uma homenagem às minhas origens, ao meu avô Bohdan Bilynskyj, que chegou ao Brasil, em 30 de setembro de 1948, após lutar bravamente pela liberdade de seu país, invadido por russos comunistas”, declarou o parlamentar. “Meu avô Bohdan, aos 20 anos de idade, lutou em uma guerra mundial para libertar a Ucrânia das garras do comunismo. E hoje, como deputado federal, ao lado de meus irmãos, luto contra a instalação de um regime comunista no Brasil”, continuou.

Registro de imigração de Bohdan Bilynskyj, avô de Paulo Bilynskyj. Foto: Reprodução

A declaração de Bilynskyj foi repudiada pelo Instituto Brasil-Israel, uma das instituições de representação da comunidade judaica no país.

“Quando você se orgulha do seu avô ter lutado contra invasão russa soviética durante a Segunda Guerra Mundial, você coloca como elemento de contraponto o nazismo. Ou seja: se a ideia é lutar contra a invasão russa, a outra invasão possível é mais palatável”, disse o historiador e sociólogo Michel Gherman, assessor acadêmico do Instituto Brasil-Israel.

“Seu avô lutou ao lado dos nazistas que massacraram, no território ucraniano inclusive, a família do meu avô. Foram responsáveis, no território inclusive, pelo massacre de judeus na Operação Barbarossa com as deportações aos campos de extermínio. É esse o motivo de seu orgulho, deputado Bilynskyj?”, questionou o historiador.

Gherman ainda ressaltou que “quando há nazismo e outro lado, qualquer que seja, a comparação não é possível, já que o nazismo é o mal absoluto”.

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