O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu, nesta terça-feira (15), membros da bancada evangélica no Palácio do Planalto para a sanção da lei que cria o Dia Nacional da Música Gospel. O evento, que faz parte da estratégia do governo de aproximar-se do público evangélico, contou com a presença de líderes religiosos e parlamentares que tradicionalmente apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Entre os participantes, destacou-se o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que, apesar de ser um conhecido defensor do bolsonarismo, fez diversos elogios ao presidente Lula durante a cerimônia. Em sua fala, ele reconheceu o impacto social das políticas do governo petista.
“Eu quero encerrar dizendo que é graças à visão social de seus governos que essa gente humilde de Deus tem o poder ou tem condições de comer por causa do Bolsa Família e, onde morar, por causa do Minha Casa Minha Vida”, declarou o parlamentar.
Otoni também destacou o papel do governo Lula na educação, especialmente no acesso ao ensino superior por meio de políticas públicas. “E também graças a essa visão social que nossas igrejas passaram a ter mais doutores e professores, gente que jamais poderia ter um diploma de curso superior se não fosse a visão do governo de Vossa Excelência”, completou o deputado.
O evento, fechado para a imprensa, teve a participação de alguns representantes da bancada evangélica, com o áudio de parte da cerimônia divulgado posteriormente pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).
O coordenador da Frente Evangélica no Congresso Nacional, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), não pôde comparecer por estar se recuperando de uma cirurgia, sendo representado por Otoni de Paula.
A presença de Otoni no evento chamou atenção, principalmente pelo fato de o parlamentar ter sido um dos principais defensores do governo Bolsonaro no Congresso. “Senhor presidente, quis Deus que eu, que fui um dos mais combatentes defensores do antigo governo e seu crítico político, estivesse hoje aqui para representar a Frente Parlamentar Evangélica”, declarou o deputado, reconhecendo o papel institucional de Lula.
“Me dirijo não ao Lula do Partido dos Trabalhadores, mas ao senhor Luiz Inácio Lula da Silva, presidente do Brasil, e enquanto estiver ocupando esse cargo, por força de nacionalidade, meu presidente também”, completou.
Otoni de Paula ganhou notoriedade durante o governo Bolsonaro, sendo um dos nomes mais ativos na defesa do ex-presidente no Congresso. Porém, nos últimos meses, sua relação com o bolsonarismo tem se deteriorado, especialmente por divergências nas eleições municipais. O parlamentar apoiou a reeleição do prefeito Eduardo Paes (PSD) no Rio de Janeiro, contrariando as orientações de Bolsonaro, que adotou uma postura crítica em relação ao atual prefeito carioca.
Paes, por sua vez, tem se aproximado do governo Lula, fortalecendo laços com o Palácio do Planalto. Lula visitou o Rio de Janeiro em diversas ocasiões este ano e declarou apoio à reeleição de Paes, consolidando uma aliança política importante na capital fluminense.
Além das questões municipais, Otoni também enfrentou problemas jurídicos durante o governo Bolsonaro. No ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou uma denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o parlamentar, que foi acusado de injúria e difamação por ofensas ao ministro Alexandre de Moraes. As ofensas teriam sido feitas em transmissões ao vivo pela internet, entre junho e julho de 2020.
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