Deputado delatado diz que “tinha convívio amistoso e cordial” com Marielle

Atualizado em 20 de março de 2024 às 14:06
Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ), deputado federal. Foto: reprodução

O deputado federal Chiquinho Brazão (União Brasil-RJ) se pronunciou em resposta às alegações feitas por Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco e Anderson Gomes em sua delação premiada. Por meio de sua assessoria de imprensa, Brazão afirmou ao Metrópoles que mantinha uma relação amistosa com a vereadora no plenário da Câmara de Vereadores e classificou como “especulações” a informação de que seu nome estaria relacionado ao caso levado ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Inicialmente, a especulação sobre o acordo de delação premiada de Lessa apontava que o Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado no Rio de Janeiro (TCE-RJ) e irmão de Chiquinho, seria apontado como o principal mentor do crime.

“Surpreendido por especulações que buscam lhe envolver no crime que vitimou Marielle Franco e Anderson Gomes, o deputado federal Chiquinho Brazão esclarece que seu convívio com a vereadora sempre foi amistoso e cordial, sem espaço para desavenças, uma vez que ambos compartilhavam dos mesmos posicionamentos acerca da instalação de condomínios em comunidades carentes na zona oeste do Rio de Janeiro”, afirmou a nota do deputado.

Chiquinho referiu-se aos condomínios na favela de Rio das Pedras, em Jacarepaguá, área onde o clã Brazão tem influência política. Segundo Brazão, ele e Marielle estavam alinhados na proposta de construção de condomínios na comunidade.

“Causa estranheza que seu nome tenha surgido após muitos meses de tramitação da suposta colaboração, principalmente quando se sabe que o instrumento de investigação deve indicar, desde o início, todos os envolvidos que gozem de foro por prerrogativa de função”, acrescentou a nota.

Os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão. Foto: reprodução

Chiquinho questionou a credibilidade de Lessa para o delatar e afirmou estar à disposição das autoridades. “A despeito das hipóteses levantadas pela mídia e da falta de idoneidade do relato de um criminoso que fez dos assassinatos sua forma de vida, coloca-se à disposição das autoridades para todo e qualquer esclarecimento, ao passo em que, com serenidade e amparado pela verdade, aguarda o esclarecimento dos fatos”, concluiu.

Na região em que Domingos e Chiquinho conviviam com Marielle, ainda é possível encontrar a forte influência da família Brazão. Entre os parentes há indicados na Prefeitura do Rio de Janeiro e no governo estadual, representantes na Câmara dos Deputados, Assembleia Legislativa, Câmara Municipal da capital e de São João de Meriti. Para Domingos, a manutenção dessa influência mostra que aliados confiam em seu grupo político.

“Quem convive na política fluminense não dá crédito a essas suspeitas. Isso até nos conforta. Nada tem mais força do que a verdade”, diz Domingos. Ele afirma que se afastou das negociações por cargos da administração pública, mas que ainda participa de discussões do grupo político.

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