Deputado do PL que defendeu Moraes diz que não foi comunicado sobre expulsão

Atualizado em 31 de julho de 2025 às 20:34
O deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) com expressão assustada
O deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) – Reprodução

O deputado federal Antonio Carlos Rodrigues (PL-SP) afirmou que não foi comunicado oficialmente sobre sua expulsão do Partido Liberal. A declaração veio após o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, anunciar por meio de nota que o parlamentar havia sido excluído da legenda.

“Até o momento, não recebi nenhum comunicado oficial e sigo no aguardo de uma manifestação formal do partido, como é de direito. O PL sempre foi o único partido da minha vida. Nunca mudei de sigla. Sempre atuei com lealdade, respeito e coerência”, declarou Rodrigues em nota.

A decisão de expulsão foi tomada após entrevista concedida ao portal Metrópoles, na qual o deputado defendeu o ministro Alexandre de Moraes, alvo de sanções pela Lei Magnitsky, e criticou o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo Costa Neto, a medida foi resultado de “pressão” da bancada.

“Nossos parlamentares entendem que atacar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, é uma ignorância sem tamanho”, afirmou o dirigente do PL. Rodrigues disse ter sido “surpreendido por notícias na imprensa” e reafirmou que suas posições são fruto do exercício legítimo de seu mandato: “Aguardo, com tranquilidade e responsabilidade, um posicionamento oficial do Partido Liberal”.

presidente do PL, Valdemar Costa Neto, falando e gesticulando, sério
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto – Reprodução

A expulsão do deputado Antonio Carlos Rodrigues gerou apreensão entre os demais integrantes da bancada do PL. Parlamentares têm evitado comentar publicamente a decisão de Valdemar Costa Neto, sob a justificativa de que “qualquer fala é perigosa” e que o momento exige “cautela”.

Rodrigues, que foi ministro dos Transportes no segundo mandato de Dilma Rousseff (PT), também se posicionou contra o regime de urgência para o projeto de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de Janeiro.

“A aprovação da anistia ampla, irrestrita e acelerada pelo Legislativo, sem diálogo efetivo com o Judiciário, compromete o equilíbrio entre os Poderes. O Parlamento não pode assumir o papel de julgador, sob pena de suprimir a atuação do Poder Judiciário em matéria já transitada em julgado”, afirmou o parlamentar em discurso na Câmara.