
O deputado Carlos Giannazi (PSOL) iniciou a coleta de assinaturas para instalar uma CPI na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) que investigue o possível envolvimento do crime organizado na adulteração de bebidas alcoólicas com metanol, conforme informações da coluna Painel, da Folha de S.Paulo. Para a abertura, ele precisa reunir ao menos 32 assinaturas.
O parlamentar afirmou que a Polícia Federal apura se o fechamento de distribuidoras de combustíveis ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) pode estar relacionado aos casos de intoxicação registrados na Grande São Paulo.
“É inacreditável que o governador Tarcísio de Freitas tenha se precipitado dizendo que não há elo entre o PCC e a adulteração de bebidas, quando todos sabem e estão acompanhando o envolvimento do crime organizado no mercado financeiro, no agronegócio, nos postos de combustíveis”, disse Giannazi.
O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) negou a ligação entre facções e o caso, afirmando que “não há evidências do envolvimento do PCC na adulteração de bebidas alcoólicas”. Apesar disso, a Polícia Federal (PF) abriu inquérito para investigar a possível distribuição de bebidas adulteradas para outros estados.
Relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) mostra que organizações como PCC e Comando Vermelho já atuam no comércio ilegal de bebidas. Segundo o documento, vinhos são contrabandeados pelo Rio Grande do Sul, destilados chegam pelo Paraguai e, no Rio de Janeiro, milícias exploram o setor clandestino.
Cresce número de casos de intoxicação
O Ministério da Saúde confirmou 43 casos de intoxicação por metanol no Brasil após consumo de bebidas adulteradas. Em São Paulo, foram 39 ocorrências — 10 confirmadas e 29 ainda em investigação. Pernambuco registrou outros quatro casos suspeitos.
Até agora, houve uma morte confirmada em São Paulo e sete óbitos em investigação, sendo cinco no estado paulista e dois em Pernambuco.
Diante da gravidade, o governo federal instalou uma sala de situação para coordenar medidas de prevenção e vigilância. O grupo reúne representantes dos ministérios da Saúde, Justiça e Agricultura, além do Conass, Conasems, Anvisa e autoridades estaduais, com foco em reduzir os riscos à saúde pública e identificar a origem das bebidas adulteradas.
