
O deputado estadual eleito no Paraná pelo Partido dos Trabalhadores, Renato Freitas, usou sua conta no X (antigo Twitter) no dia 16 de agosto para repudiar uma reportagem do portal Metrópoles que o relacionou ao crime organizado. Segundo ele, a publicação se baseou apenas em uma foto em que aparece com um exemplar do livro de Márcio Nepomuceno, o Marcinho VP, líder do Comando Vermelho.
Freitas afirmou que a imagem foi tirada durante a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), no segundo dia de sua participação no evento. Ele contou que esteve no Quilombo do Campinho, na programação da Flip Preta, e depois circulou pela Flip tradicional, onde foi abordado por centenas de pessoas. Entre elas, uma mulher que o presenteou com o livro. O parlamentar disse que aceitou o presente e tirou a foto sem qualquer relação com o lançamento da obra.
Para o deputado, a reportagem “reduziu toda minha participação em Paraty a uma única foto” e ignorou sua atuação política e cultural durante o evento. Ele classificou a abordagem como “desonesta” e destacou que a narrativa construída é perigosa para sua segurança, por associá-lo a uma facção criminosa.
Freitas lembrou que seu trabalho envolve atuação em comunidades e favelas de várias cidades brasileiras, muitas delas sob controle de diferentes organizações criminosas, e que qualquer associação infundada pode gerar risco direto à sua integridade. Ele afirmou que a matéria original ainda foi reproduzida por diversos portais sem checagem de informações e sem lhe conceder espaço para o contraditório.
O parlamentar também disse que o jornalista responsável apagou o link da publicação nas redes sociais e levou dias para se retratar. Para ele, o episódio é exemplo de como uma notícia distorcida pode se espalhar rapidamente, ganhando contornos de fake news. “No Jornalismo, o jornalista é responsável por aquilo que escreve e também pelo que as pessoas entendem”, escreveu.
Encerrando sua declaração, Freitas afirmou que o caso serve de alerta sobre práticas que considera nocivas no jornalismo e sobre o impacto que publicações imprecisas podem ter na reputação e segurança de figuras públicas. Ele reafirmou que não esteve em lançamento de livro de Marcinho VP e que sua presença na Flip teve caráter político, cultural e comunitário.
Como nasce uma fake news?
O jornal Metrópoles tentou me associar ao crime organizado por que tirei foto com um livro.
Estive em Paraty, no Quilombo do Campinho, trocando ideia e experiências com nossos irmãos na FLIP Preta.
No segundo dia do evento desci até a FLIP… pic.twitter.com/8z1BoMbNJQ
— Renato Freitas (@Renatoafjr) August 16, 2025