
O deputado federal José Rocha (União Brasil-BA) solicitou R$ 123 mil à Câmara dos Deputados para custear procedimentos de harmonização dentária, lifting facial e rinoplastia. Os atendimentos ocorreram nos anos de 2021 e 2022. Com informações de Andreza Matais, no Metrópoles.
De acordo com os registros, o parlamentar pediu reembolso de R$ 43 mil referentes a rinoplastia e ritidoplastia, além de R$ 80 mil por tratamento odontológico. A ritidoplastia com pálpebras completa é descrita como um lifting facial com correções de flacidez, rugas e excesso de pele no rosto, pescoço e região dos olhos.
Do valor total solicitado, a Câmara dos Deputados autorizou o reembolso de R$ 56 mil, referentes à harmonização dentária. Os demais pedidos apresentados pelo deputado foram glosados, conforme consta na documentação.
Procurado pelo site Metrópoles, José Rocha afirmou que não recebeu qualquer valor e disse que cabe à Câmara explicar eventual pagamento. Durante a entrevista, o deputado declarou: “Sinceramente, quem vai dizer se deve pagar ou não é a Câmara. Eu apenas fiz um pedido”. Ao ser informado de que os documentos indicariam reembolso, respondeu: “Se a Câmara pagou, a culpa é dela”.

Questionado sobre a legitimidade do pedido, o parlamentar afirmou que os procedimentos não teriam caráter estético. “Não foi estético. Foi funcional. Eu tinha problema de desvio de septo nasal”, declarou, ao comentar a solicitação de reembolso.
José Rocha é um dos denunciantes da investigação do Supremo Tribunal Federal que apura a destinação irregular de emendas parlamentares no Congresso. Em depoimento à Polícia Federal, ele acusou o deputado Arthur Lira (PP-AL) de uso do orçamento secreto para beneficiar o estado de Alagoas.
Documentos reunidos pelo STF indicam que, em 2024, Rocha teria direcionado R$ 152 milhões desse tipo de recurso, concentrando a maior parte dos valores em municípios da Bahia. Procurado, o deputado questionou a integridade dos documentos e afirmou que “não tinha competência” para distribuir as emendas, atribuindo a responsabilidade à Presidência da Câmara.