Deputado que vendia joias a famosos é preso em ação da PF contra o Comando Vermelho

Atualizado em 3 de setembro de 2025 às 10:55
O deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias – Foto: Reprodução

O deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos Silva, conhecido como TH Jóias, foi preso nesta quarta-feira (3) em uma operação contra o Comando Vermelho. Localizado em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, ele é acusado de usar o mandato para intermediar negociações de drogas, armas e até equipamentos antidrones destinados ao Complexo do Alemão.

Conhecido por vender joias a famosos como Neymar, Leo Santana, Ludmilla e Poze do Rodo, o parlamentar é investigado por tráfico, corrupção e lavagem de dinheiro.

Deputado TH Jóias, conhecido por vender joias a artistas e jogadores, aparece em registros com clientes famosos e peças de sua marca – Foto: Reprodução
TH Jóias e Poze do Rodo – Foto: Reprodução

A ação cumpriu 18 mandados de prisão preventiva e 22 de busca e apreensão, incluindo endereços na Alerj, em Copacabana e na Freguesia. Entre os presos estão um delegado da PF, três policiais militares, o ex-secretário Alessandro Pitombeira Carracena, além de assessores e traficantes apontados como aliados da facção.

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região determinou ainda o sequestro de bens e valores de R$ 40 milhões, suspensão de empresas usadas em esquemas ilícitos e transferência emergencial de líderes da facção para presídios federais.

De acordo com a Polícia Federal, a investigação revelou movimentações financeiras suspeitas de empresas ligadas a TH Jóias e a infiltração do crime organizado no poder público. “Estamos diante de uma investigação que comprova a infiltração direta do crime organizado dentro do parlamento fluminense. Seja traficante armado na favela ou de terno na Assembleia, a resposta do Estado será a mesma”, disse o delegado Felipe Curi. O MDB informou que expulsou o parlamentar após a operação.

Além disso, a operação prendeu Carracena, que já foi secretário municipal de Ordem Pública no governo Marcelo Crivella e secretário estadual de Esporte e Lazer na gestão de Cláudio Castro. Ele atualmente ocupava cargo na defesa do consumidor. Outros alvos incluem traficantes como Pezão, Doca e Paulista, ligados ao CV.

A PF destacou que a facção usava políticos e agentes públicos para obter informações sigilosas, garantir proteção e movimentar recursos ilícitos. O esquema envolvia importação de armas do Paraguai e equipamentos antidrone da China, revendidos até para facções rivais. As investigações identificaram ainda a nomeação de aliados em cargos parlamentares, como a esposa de um traficante, lotada no gabinete de TH Jóias.

Os investigados responderão por organização criminosa, tráfico internacional de drogas e armas, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro. A ação foi coordenada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (Ficco-RJ), envolvendo a Polícia Federal, o MPF, o MPRJ e a Polícia Civil.