Deputados bolsonaristas pressionam Tarcísio e Nunes por corte de verba para Vai-Vai

Atualizado em 13 de fevereiro de 2024 às 22:56
Policiais da Tropa de Choque foram retratados como figuras demoníacas em enredo da Vai-Vai. Foto: Reprodução

Parlamentares bolsonaristas querem que a escola de samba Vai-Vai fique sem acesso a verbas públicas no próximo ano por supostamente “desrespeitar” policiais durante a apresentação de seu enredo. O deputado federal Capitão Augusto e a deputada estadual Dani Alonso, ambos do PL de São Paulo, são os responsáveis pelo pedido.

Eles enviaram um ofício ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e ao prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), pedindo uma “sanção por conduta ofensiva”.

“Proponho que a Vai-Vai seja proibida de receber qualquer forma de recurso público no próximo ano fiscal, como forma de sanção pela conduta ofensiva demonstrada. A medida não apenas servirá de punição, mas também como sinal de que ofensas contra instituições e profissionais de segurança não serão toleradas em nosso estado”, diz o documento enviado pelos bolsonaristas.

O ofício ainda pede que sejam estabelecidas diretrizes e critérios para a concessão de apoio financeiro e patrocínio a entidades do tipo. Capitão Augusto, que assina o documento, diz que é necessário “assegurar que estes não estejam de forma alguma associados a atividades criminosas ou que promovam mensagens de ódio e desrespeito”.

Vai-Vai afirmou que enredo não teve “a intenção de promover qualquer tipo de ataque individualizado ou provocação”. Foto: Reprodução

A Vai-Vai representou policiais da Tropa de Choque como figuras demoníacas na ala “Sobrevivendo no Inferno” em seu enredo, intitulado “Capítulo 4, versículo 3 – Da rua e do povo, o hip hop: um manifesto paulistano”. A apresentação teve como objetivo homenagear a cultura hip-hop no Brasil e no Mundo.

Após críticas, a escola de samba afirmou que não tinha “intenção de promover qualquer tipo de ataque individualizado ou provocação”. “É de conhecimento público que os precursores do movimento hip-hop no Brasil eram marginalizados e tratados como vagabundos, sofrendo repressão e, sendo presos, muitas vezes, apenas por dançarem e adotarem um estilo de vestimenta considerado inadequado pra época”, argumentou a Vai-Vai em nota.

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Caique Lima
Caique Lima, 27. Jornalista do DCM desde 2019 e amante de futebol.