Deputados convocam ministros e alertam para crime de responsabilidade de Bolsonaro na Amazônia

Atualizado em 22 de agosto de 2019 às 20:22
Bolsonaro e Ricardo Salles, segundo o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara, são desinformados e estão ridicularizando o Brasil no mundo (Imagem: reprodução)

Para esclarecer sobre a crise ambiental, em função das queimadas na região amazônica, e também sobre procedimentos de licenciamento ambiental para execução de obras de manutenção em estradas do país, a Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados convocou os ministros Ricardo Salles, Meio Ambiente, Marcos Pontes, Ciência e Tecnologia, e Tarcísio Freitas, Infraestrutura.

Ricardo Salles fala na quarta-feira, 4 de setembro, às 9h30, sobre “números crescentes de desmatamento”.

Segundo o presidente da Comissão de Meio Ambiente, Rodrigo Agostinho (PSB-SP), a região amazônica arde em chamas em pelos menos 70 mil pontos em seis estados: Amazonas, Acre, Rondônia, Pará, Mato Grosso e Maranhão.

Ele classifica de “conversa mole” as justificativas do governo para o problema.

Diz que Bolsonaro está sendo ridicularizado no mundo, por não ter noção do tamanho da destruição, por não controlar equipes de fiscalização e ainda por desconhecer que a floresta é monitorada em âmbito global.

“O presidente e o ministro do Meio Ambiente são desinformados”, diz.

Segundo o deputado, Bolsonaro e Salles são reféns da ideologia quando lidam com o assunto e abusam de teorias conspiratórias. Lembra que as principais áreas de queimadas estão em regiões pobres, onde estão concentrados povos indígenas e comunidades tradicionais.

Especialista na área ambiental, Agostinho alerta que o Governo pode ser enquadrado por “crime de responsabilidade” se nenhuma providência for adotada no curto prazo.

Tarcísio Freitas, na terça-feira, 10, vai esclarecer sobre a Lei Geral do Licenciamento Ambiental, que acaba com a necessidade de licenciamento ambiental para execução de obras de manutenção em estradas do país, enquanto a Marcos Pontes, na quinta, 12, será cobrado sobre a demissão do diretor do Inpe, Ricardo Galvão.