
Deputados do Partido Democrata divulgaram nesta quarta novas imagens da ilha de Little Saint James, propriedade do bilionário Jeffrey Epstein, condenado por comandar uma rede de exploração sexual.
As fotos fazem parte do acervo oficial da investigação e foram liberadas após autorização quase unânime do Congresso dos Estados Unidos, medida sancionada pelo presidente Donald Trump em novembro. A divulgação ocorre às vésperas da abertura completa dos arquivos do caso, prevista para este mês.
Epstein comprou a ilha em 1998 e, segundo os investigadores, parte dos crimes sexuais ocorria no local. As imagens mostram ambientes luxuosos e cômodos pouco usuais, como uma sala com cadeira de dentista decorada com máscaras.
Os responsáveis pela investigação afirmam que não há informações sobre a finalidade específica desse espaço. Outro registro apresenta um banheiro com duchas e caixas de toalhas empilhadas, parte da infraestrutura da residência do empresário.
Um dos itens que mais chamou a atenção foi a fotografia de um telefone fixo com uma lista de contatos impressa. Entre os nomes aparecem “Darren”, “Rich”, “Mike” e “Patrick”. Os investigadores não detalharam se essas pessoas foram identificadas ou se já constam nos autos.

As imagens reforçam o caráter ainda nebuloso das conexões sociais de Epstein, cujo círculo incluía figuras influentes, entre elas o atual presidente Donald Trump. A liberação das fotos é apenas a primeira etapa de um processo mais amplo.
O governo norte-americano prepara a divulgação de todos os documentos relacionados às investigações, obrigatoriedade imposta pela lei aprovada pelo Congresso e sancionada por Trump em 19 de novembro. A assinatura ocorreu um dia após a aprovação no Legislativo, que votou praticamente por unanimidade a favor da abertura dos arquivos.
A publicação desses documentos se tornou uma das maiores disputas políticas do ano nos Estados Unidos. Durante a campanha que o levou ao segundo mandato, Trump prometeu liberar todo o acervo do caso Epstein. Contudo, após assumir novamente a presidência, evitou tratar do tema e sua administração não avançou na liberação dos papéis, gerando críticas entre parlamentares, inclusive dentro do Partido Republicano.
A pressão pública e a articulação do Congresso acabaram obrigando a Casa Branca a alterar a postura. Com a votação ampla e favorável, Trump anunciou que também apoiaria a divulgação integral. A mudança ocorreu diante do avanço da tramitação no Legislativo e da crescente cobrança de transparência por parte da população.
Os democratas afirmam que a publicação completa dos arquivos é essencial para esclarecer possíveis omissões e eventuais responsabilidades de outras figuras públicas ligadas ao bilionário. Já aliados de Trump dizem que a liberação reforça o compromisso do presidente com a transparência institucional. O governo tem até 19 de dezembro para tornar públicos os documentos.