Funcionárias da Caixa Econômica Federal fizeram denúncias de assédio sexual contra Pedro Guimarães, presidente do banco. Tais acusações levaram o núcleo político da campanha de Jair Bolsonaro (PL) a pressionar pela sua saída imediata do cargo, além de comemorar a derrota dele. Guimarães deve deixar o cargo nesta quarta-feira (29). Ele era o único comandante de uma grande estatal que se mantinha no cargo desde o início do governo Bolsonaro.
Os membros da cúpula da campanha, como o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, dizem que Bolsonaro não pode passar nem mais um dia fazendo campanha eleitoral enquanto Guimarães estiver no cargo. Ele viram as denúncias como um desastre numa campanha em que um dos maiores desafios do presidente da República é reverter a altíssima rejeição do eleitorado feminino – que chega a 61% entre as mulheres, segundo a última pesquisa Datafolha.
“Nós precisávamos que algum fato viesse para desviar a atenção do caso do MEC. Mas não era bem nisso que estávamos pensando”, comentou um integrante da campanha bolsonarista para o jornal O Globo. No entanto, a queda de Guimarães é comemorada internamente.
Segundo ex-funcionárias da CEF relataram ao repórter Rodrigo Rangel, do site Metrópoles, o assédio de Guimarães ocorria em viagens e no dia a dia. Em vários casos, o presidente da Caixa partiu para a ação, agarrando, apalpando e convidando funcionárias do banco para programas sexuais. “O assédio é moral também”, relatou uma pessoa que trabalhou com Pedro Guimarães.
Segundo ela, a Ouvidoria e a Corregedoria do banco receberam acusações contra o presidente por conta do comportamento ao longo dos últimos meses. “E acabava na mão dele, do próprio presidente. Por isso que ninguém tinha segurança de denunciar”, afirmou.
O caso está sendo apurado em sigilo pelo Ministério Público Federal.
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