Derrubada de decretos de Lula vai penalizar o povo brasileiro, denuncia líder do PT

Atualizado em 25 de junho de 2025 às 21:46
Lindbergh Farias

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), denunciou a ação coordenada das elites econômicas e financeiras do País, que, com o apoio de parlamentares no Congresso Nacional, derrubaram três decretos do presidente Lula relacionados ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Para Farias, o discurso de “ajuste fiscal” defendido pelas elites é uma falácia. “A hipocrisia da elite brasileira é uma só: eles falam de ajuste fiscal quando é em cima dos pobres, e dos trabalhadores; gritam, não querem pagar um centavo, juntam-se todos”, afirmou o deputado, destacando a resistência das elites em pagar tributos justos.

O parlamentar também criticou a aprovação rápida do projeto, que, segundo ele, aconteceu devido à força econômica dos lobbies organizados. “A reação aconteceu pela força econômica de lobbies organizados, porque infelizmente o povo trabalhador, o povo pobre tem dificuldade de chegar ao Congresso Nacional”, explicou Farias, que lamentou os impactos dessa decisão para o Brasil. Ele alertou que a derrubada dos decretos levará a um corte de 12 bilhões de reais no orçamento do país, o que resultará em restrições a importantes programas sociais como o Pé-de-Meia e o Minha Casa, Minha Vida.

Lindbergh Farias argumentou que as elites brasileiras não querem deixar as classes mais altas pagarem impostos, enquanto os trabalhadores continuam a arcar com a maior parte da carga tributária. “Não querem deixar as elites, o andar de cima pagar impostos. Há sempre gente pronta para defender, e querem fazer isso, porque existem uns que acham que querem e podem garrotear o Lula”, disse o líder petista. Para ele, a oposição e as elites revelam medo da reeleição de Lula em 2026.

O deputado apontou que, apesar das dificuldades, o governo de Lula tem conseguido avanços importantes para o Brasil. Farias citou o menor índice de desemprego da história do país, a maior renda dos trabalhadores e a redução da desigualdade social, com mais de 20 milhões de brasileiros saindo da insegurança alimentar, como grandes conquistas do atual governo. “O senhor está do lado certo, a nossa opção é pelo povo trabalhador, e nós não vamos ter medo de fazer essa disputa política”, afirmou.

O presidente da Câmara, Hugo Motta

Outro ponto criticado por Lindbergh foi a desigualdade tributária no Brasil. O líder petista ressaltou a diferença entre o pagamento de impostos por assalariados e ricos. “O trabalhador que ganha 5 mil reais paga 27,5% de Imposto de Renda, enquanto um milionário que ganha mais de 2 milhões por mês paga apenas 1%”, apontou, acrescentando que os ricos têm acesso a isenções tributárias que totalizam 800 bilhões de reais.

Farias ainda criticou duramente a elite econômica e financeira do Brasil por se opor à vinculação do salário mínimo às aposentadorias da Previdência Social. “O que eles querem? Que um aposentado ganhe menos de um salário mínimo?”, indagou o deputado, demonstrando indignação com as propostas da elite que, segundo ele, buscam prejudicar os mais vulneráveis. Para Farias, as elites tentam manter seus privilégios enquanto a população continua a ser penalizada.

Em sua fala, Lindbergh também defendeu veementemente a legitimidade dos decretos assinados por Lula, cuja principal missão é garantir equilíbrio fiscal e justiça tributária no país. O deputado elogiou a conduta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por expor a desigualdade fiscal e tributária brasileira. “O ministro Fernando Haddad está correto ao dizer que os moradores da cobertura devem pagar o condomínio”, afirmou o líder do PT, destacando a necessidade de maior justiça fiscal.

O líder do PT ainda desmentiu rumores disseminados pela oposição nas redes sociais, que afirmavam que o governo Lula, com a ajuda de Haddad, teria aumentado os impostos. “Essa é uma das maiores fake news da história do País. Hoje, o trabalhador que ganha dois salários mínimos não paga imposto de renda, e na gestão Bolsonaro, a isenção só valia para quem ganhava até 1.903 reais”, disse Farias, ressaltando que o governo Lula está criando condições para que 92% dos trabalhadores paguem menos impostos.

Por fim, Lindbergh reafirmou a importância do projeto que isenta de Imposto de Renda quem ganha até 5 mil reais mensais, com benefícios também para a faixa seguinte, até 7 mil reais. Ele defendeu que essa medida representa um avanço significativo na justiça tributária. “A coragem do presidente Lula vai beneficiar a maior parte da população”, concluiu o líder petista, ao enfatizar que o governo está comprometido com os trabalhadores e que a luta continua contra a injustiça fiscal.