O governo do presidente Lula, já nos primeiros dias, começou a retirar militares da ativa e da reserva de cargos políticos. “Desmilitarizar” a Esplanada dos Ministérios tem sido a palavra de ordem. O processo é tido como uma “desbolsonarização” da máquina brasileira, já que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi quem mais preencheu postos no 1º escalão com nomes da ativa ou da reserva, superando até o período da ditadura empresarial-militar.
O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou 6.157 oficiais ocupando cargos comissionados em funções civis em 2020. Esse número é mais que o dobro da quantidade verificada em 2016 (2.957), ano em que a ex-presidenta Dilma Rousseff sofreu o impeachment.
As exonerações nesses primeiros dias estão atingindo integrantes das Forças Armadas, policiais e mulheres e filhos de oficiais nomeados em postos-chave pelo antecessor de Lula. No governo anterior, a presença de militares foi mais perceptível nas áreas social e ambiental, além de postos diretamente subordinados à Presidência da República.
“Temos todos os nomes. Todos (os militares) que estavam em cargos de natureza civil, em funções não militares, de nível 5 para cima, inclusive, já saíram”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ao Estadão. Ele afirmou que militar só permanecerá em cargo civil a pedido de algum ministro.