Descaso de Bolsonaro com as emas do Alvorada vem de longe

Desde que fugiu para os Estados Unidos, Jair Bolsonaro virou alvo de diversas denúncias sobre desleixo e descaso dentro do Palácio da Alvorada. As acusações passam pela destruição de móveis, morte de peixes do espelho d’água, rachadinha e, agora, alimentação inadequada para as emas que vivem no local.

Bolsonaro teria cortado os gastos com as rações das aves e teria passado a alimentá-las com restos de comida. Por esse motivo, duas emas da presidência morreram neste mês com um quadro de excesso de gordura.

Segundo a Secretaria-Geral da Presidência, o custo mensal com a alimentação dos animais é de R$ 960. O valor supre o consumo de oito sacos de ração de 40 kg. De acordo com o Palácio do Planalto, não há custos extras com tratadores das emas, uma vez que os próprios servidores das residências oficiais acumulam a função.

No auge da pandemia, Bolsonaro já havia feito as emas virarem notícia. Em 2020, o ex-capitão foi visto exibindo caixas de cloroquina, medicamento ineficaz contra a Covid-19, para as emas. No mesmo mês, o ex-presidente foi bicado por um dos animais. O ocorrido rendeu à ema o apelido de “Bicão”. Ao todo, 37 emas viviam no Palácio da Alvorada e 20 na Granja do Torto.

No mesmo ano, o ex-ministro da Economia Paulo Guedes também disse que foi atacado por uma delas enquanto caminhava. “Eu estou caminhando hoje de manhã e sou atacado por ema. Uma ema, por exemplo, na Granja do Torto. Razão simples. Vários filhotinhos passando. O instinto de proteção, solidariedade, maternal. Normal. Estou querendo caminhar e estou ameaçando os filhotinhos”, disse na ocasião.

Já em setembro de 2021, para justificar o aumento exponencial nos gastos do cartão corporativo, Bolsonaro colocou novamente as aves em evidência: “Cartão corporativo paga a alimentação das emas, tá, pessoal?”. “Pessoal fala: ‘Ah, gastou tanto’. Eu tenho 50 emas aí. Você quer que eu pague do meu salário a ração pra ema? Vai no cartão corporativo”, afirmou.

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