
A Polícia Federal (PF) afirma ter indícios de que o então presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), estava acompanhado do desembargador Macário Judice Neto, do TRF-2, no momento em que avisou o ex-deputado estadual TH Joias sobre a deflagração de uma operação policial, conforme informações do blog do Octavio Guedes, do G1.
Segundo uma fonte da PF, Bacellar e Macário estavam juntos em um restaurante quando o então presidente da Alerj ligou para TH Joias para alertá-lo sobre a Operação Zargun. O desembargador, preso nesta terça-feira (16), na segunda fase da Operação Unha e Carne, é o relator do processo que envolve TH Joias no Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
Além desse episódio, a PF encontrou no celular de Bacellar trocas de mensagens entre ele e Macário Judice Neto. O material foi apreendido e analisado após a prisão do ex-presidente da Alerj e embasou o novo desdobramento da investigação.

Defesa do desembargador
Em nota, a defesa de Macário Judice Neto afirmou que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, “foi induzido ao erro” ao decretar a prisão do desembargador. Os advogados também alegam que não tiveram acesso à íntegra da decisão judicial, o que teria impedido o exercício da ampla defesa.
“A defesa do Desembargador Macario Judice registra, desde logo, que Sua Excelência o Ministro Alexandre de Moraes foi induzido a erro ao determinar a medida extrema. Ressalta, ainda, que não foi disponibilizada cópia da decisão que decretou sua prisão, obstando o pleno exercício do contraditório e da ampla defesa. A defesa apresentará os devidos esclarecimentos nos autos e requererá a sua imediata soltura”, diz a nota.
PF prende desembargador do Rio responsável pelo caso TH Joias https://t.co/KCReoGIM3k #g1 pic.twitter.com/lZcNNIuC9l
— g1 (@g1) December 16, 2025
Caso Bacellar e Operação Zargun
Rodrigo Bacellar foi preso em 3 de dezembro, suspeito de ter vazado informações sigilosas da Operação Zargun, que prendeu TH Joias em setembro. O ex-deputado do MDB é investigado por tráfico, corrupção, lavagem de dinheiro e por supostamente negociar armas com o Comando Vermelho.
Apesar de ter se recusado a fornecer a senha do celular, a PF conseguiu acessar o conteúdo do aparelho. Após a prisão, a Alerj votou pela soltura de Bacellar, decisão posteriormente confirmada por Alexandre de Moraes, que substituiu a detenção por medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica. Um dia depois, Bacellar se licenciou do cargo por 10 dias.