
Por Moisés Mendes
O já famoso jantar de Brusque é a única notícia importante no momento, fora a chatice das chantagens do Congresso para votar o pacote de cortes do governo.
O site do grupo grupo NSC (antigo Diário Catarinense), do maior conglomerado de comunicação do Estado, finalmente entrou no assunto, na tarde dessa quinta-feira.
A jornalista Dagmara Spautz publicou o texto a seguir, que compartilho na íntegra, com um detalhe estranho.
A jornalista diz que, segundo colegas de tribunal, os desembargadores teriam ido ao jantar com o véio da Havan, na segunda-feira, por ingenuidade. Imaginem juízes da mais alta Corte do Estado sendo ingênuos.

Abaixo, a notícia sobre os juízes distraídos, muitos deles tratando de casos envolvendo o próprio anfitrião:
Jantar de Luciano Hang com desembargadores causa desconforto no Tribunal de Justiça
Jantar foi oferecido no antigo casarão da família Renaux, em Brusque
Dagmara Spautz
dagmara.spautz@nsc.com.br
A repercussão de um jantar de fim de ano do bilionário catarinense Lucino Hang com juízes e desembargadores – entre eles, magistrados que julgaram ou julgarão ações que envolvem o empresário – causou desconforto no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). Internamente, a leitura foi de que houve uma “ingenuidade” dos participantes sobre as consequências do encontro. Esta impressão, no entanto, rondou apenas as conversas de gabinete. Ao que consta, não houve uma reprimenda institucional.
O jantar foi oferecido no antigo casarão da família Renaux, em Brusque, que foi recentemente restaurado por Hang. Na foto, que circulou nas redes sociais e ganhou repercussão nacional, aparecem à mesa, entre os convidados, os desembargadores Haidée Denise Grin, Saul Steil e Jairo Fernandes Gonçalves – os três escalados em ações que envolvem Hang.
Em nota oficial, o TJSC afirma que “não se manifesta sobre a participação de magistrados em eventos fora do âmbito institucional” – “O princípio da independência funcional garante aos magistrados a autonomia e a imparcialidade necessárias ao exercício de suas funções, em conformidade com a Constituição Federal e a legislação vigente. Por fim, o TJSC reafirma seu compromisso com a transparência, a integridade e a imparcialidade na condução dos processos judiciais, valores essenciais para a sociedade” – informou.
Há, no entanto, uma expectativa de que possam recair sobre o Tribunal futuras demandas sobre suspeição de magistrados. A suspeição pode ser declarada num processo pelo próprio juiz ou desembargador, sem necessidade de justificativa, ou pode ser requisitada por uma das partes. Caso o pedido seja negado, cabe então decisão ao TJSC. Internamente, a informação é de que situações como essa serão avaliadas de forma técnica e caso a caso.
(Entenderam? Cada caso será analisado de forma técnica. Como eu enfrento dois processos do véio na Justiça de Santa Catarina, com um já em recurso no tribunal, fico mais tranquilo).
Originalmente publicado no Blog do Moisés Mendes
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