
O deputado federal Eduardo Bolsonaro reagiu de forma crítica à repercussão positiva do encontro entre Lula e Donald Trump, ocorrido no domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia. Em publicação no X, nesta segunda-feira (27), o parlamentar afirmou que a reunião não representou vitória diplomática para o governo brasileiro e classificou a foto dos dois presidentes como um símbolo de “derrota” e “pequenez” do presidente brasileiro.
Em tom irônico, Eduardo afirmou que é preciso “diferenciar narrativa de realidade, jornalismo de assessoria” e criticou o que chamou de tentativa da imprensa de transformar “humilhação pública em vitória”. O deputado, que atualmente vive nos Estados Unidos, declarou ainda que não considera aceitável associar o encontro a qualquer tipo de triunfo enquanto, segundo ele, o Brasil vive sob “um regime de exceção”.
O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro fez referência às sanções aplicadas pelo governo norte-americano com base na Lei Magnitsky, que atingiram o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
“Como pode um regime que está sendo internacionalmente sancionado ser tratado como vitorioso?”, questionou o deputado, reforçando que, na sua avaliação, a reunião só teria valor político caso o governo Lula fosse alinhado à direita.
Em uma das passagens, Eduardo afirmou que “os macaquinhos adestrados na mídia paga precisam criar todo tipo de narrativa tosca para transformar humilhação pública em vitória”, expressão que provocou críticas de jornalistas e parlamentares. Até o momento, ele não se retratou sobre a fala.
Precisamos aprender diferenciar narrativa de realidade, jornalismo de assessoria. Vocês acham que é minimamente crível atrelar vitória a um regime de exceção sendo publicamente humilhado? Um regime de exceção, que há poucos meses atrás, agia sem prestar contas a ninguém, sem… pic.twitter.com/hlHHF2b8iR
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) October 27, 2025
A reunião entre Lula e Trump foi o primeiro encontro oficial entre os dois desde o início dos novos mandatos. Realizada à margem da cúpula da ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático), a conversa durou cerca de 50 minutos e tratou principalmente das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
Trump declarou após a reunião que vê possibilidade de um acordo comercial entre os dois países e elogiou o brasileiro. “Acho que vamos conseguir fazer alguns acordos muito bons e teremos um relacionamento muito bom”, afirmou o presidente dos Estados Unidos.
Lula, por sua vez, disse que não há razões para manter desentendimentos entre os países e defendeu o diálogo como base da relação bilateral. “Não temos motivo para brigas com os Estados Unidos. Queremos resolver as divergências conversando”, declarou o presidente brasileiro.