
Mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF) no celular do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) revelam que o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) compartilhou com o pai críticas ao correligionário Nikolas Ferreira (PL-MG).
O episódio foi citado no relatório final que embasou o indiciamento do ex-presidente e de seu filho por coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. O conteúdo extraído foi enviado na última quarta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Entre as mensagens trocadas com Jair Bolsonaro, os investigadores identificaram links de publicações no X que criticavam a postura de Nikolas, acusado de tentar “descolar” sua imagem do ex-presidente e de não divulgar atos convocados em sua defesa.
“Divulgar a manifestação na Av. Paulista, ZERO. Divulgar palestra em Curitiba, vale até repostar o Silvio Grimaldo. Jair Bolsonaro está em BH, já já veremos na prática a arte de ‘COLAR no Bozo’ pra depois ‘DESCOLAR do BOZO’”, dizia uma das postagens enviadas por Eduardo.
Em outra, um apoiador ironizou o parlamentar: “Sinceramente, você acha isso normal? Ele tem 5MI seguidores e não pode divulgar? Só se o Pablo Farçal mandar? Não passo pano para deslumbrado…”.
Segundo a PF, a mensagem foi encaminhada a Bolsonaro em 17 de julho. Poucos dias depois, Eduardo criticou Nikolas publicamente: “É triste ver a que ponto o Nikolas chegou”, escreveu, após uma suposta interação do colega com uma influenciadora antibolsonarista.
Falta de apoio
Nikolas Ferreira já vinha sendo alvo de críticas de bolsonaristas que o acusam de falta de apoio às pautas de Jair Bolsonaro, mesmo sendo um dos deputados com maior alcance digital na direita.
Após o indiciamento de pai e filho, o mineiro reagiu nas redes sociais, condenando o vazamento de mensagens e voltando sua defesa ao pastor Silas Malafaia, alvo de buscas na quarta-feira (21).
“As únicas coisas que não vazam no Brasil são o celular do Adélio, a filmagem do aeroporto de Roma e as gravações do 08/01”, escreveu Nikolas, antes de compartilhar vídeos em defesa de Malafaia, a quem chamou de vítima de “perseguição implacável”, além de divulgar a convocação para atos em 7 de setembro.
As únicas coisas que não vazam no Brasil é o celular do Adélio, a filmagem do aeroporto de Roma e as gravações do 08/01.
— Nikolas Ferreira (@nikolas_dm) August 21, 2025