O desmatamento na Amazônia teve uma queda de 62% em 2023, enquanto o país teve uma redução geral de 12%. Essa é a primeira diminuição na taxa desde 2019. Os dados são do Relatório Anual do Desmatamento lançado nesta terça (28) pelo MapBiomas, uma iniciativa do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG/OC).
O estudo mostra que a destruição ambiental caiu, além da Amazônia, na Mata Atlântica e Pampa, enquanto houve um aumento no Cerrado, Pantanal e Caatinga. O país perdeu o equivalente a duas vezes o estado do Rio de Janeiro (aproximadamente 8.558.237 hectares) em vegetação nativa nos últimos cinco anos.
No Cerrado, a devastação ultrapassou pela primeira vez em cinco anos os números da Amazônia, com 1.110.326 hectares derrubados na savana brasileira. O bioma amazônico perdeu 454.271 hectares em 2023 e representa, junto do anterior, 85% da área desmatada do país.
O relatório ainda aponta que quase metade (47%) da perda de vegetação nativa no país em 2023 ocorreu na região do Matopiba (fronteira entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, no nordeste do Cerrado), com um total de 858.952 hectares.
A agropecuária cresceu de 14 milhões de hectares para 25 milhões em 2022, o que equivale a 35% do território. O desmatamento ano a ano nessa região vem crescendo e chegou a um aumento de 59% entre 2022 e 2023.
Já na região do Amacro (fronteira entre Amazonas, Rondônia e Acre, no oeste da Amazônia), houve uma queda de 74% no desmatamento na comparação com 2022. Os dados acompanham as tendências registradas no Cerrado e na Amazônia no último ano, apesar do uso agropecuário do território aumentar 10 vezes e chegar a 5,3 milhões de hectares.
O estudo do MapBiomas aponta que a perda de vegetação nativa caiu em áreas protegidas, como Unidades de Conservação e Terras Indígenas, em 2023. Nas primeiras, houve desmatamento de 96.761 hectares, uma queda de 53,5% em relação ao ano anterior. A maior parte foi subtraída de Áreas de Proteção Ambiental Estaduais do bioma Cerrado.
Nas TIs, a redução foi de 27% em comparação com 2022: 20.822 hectares perdidos nos territórios, o que equivale a 1% do total do desmatamento no país no ano.