Desmatamento na Amazônia cai 22%, melhor resultado desde 2019

Atualizado em 9 de novembro de 2023 às 16:55
Registro de área desmatada no Pará feito em janeiro de 2023. Foto: Reuters

A Amazônia registrou uma queda de 22,3% no total de área desmatada em relação ao último levantamento feito pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Entre agosto de 2022 e julho de 2023, o número foi de 9.001 km², no mesmo período entre 2021 e 2022, o registro foi de 11.594 km².

Os números fazem parte do relatório anual do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), considerado o mais preciso para medir as taxas anuais. O registro deste ano é o menor do projeto desde 2019.

O registro mais alto do Prodes ocorreu em 2004, quando 27,7 mil km² foram desmatados. No período seguinte, houve uma queda constante nos números, com a menor taxa sendo a de 2012, com 4,5 mil km².

Série histórica da área desmatada registrada pelo Prodes. Foto: Reprodução/g1

A partir de 2015, no entanto, a taxa voltou a aumentar, chegando a seus maiores números durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, entre 2019, 2020 e 2021. Ele assumiu a presidência com uma taxa em torno de 7,5 mil km² e deixou o posto com um registro de 9 mil km² desmatados.

Os números voltam a ter queda no primeiro ano do terceiro mandato do presidente Lula, que herdou recordes negativos na área ambiental. “O discurso do presidente, de proteção à floresta, se traduziu em número e virou entrega concreta. É um resultado expressivo e que sela a volta do Brasil à agenda de clima”, afirma Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, comemorou o resultado positivo e afirmou que ele é um “fruto do trabalho” da pasta. “Esse resultado é fruto do trabalho de todos nós. É um trabalho que já tínhamos um know-how da nossa gestão anterior. Agora atualizamos e estamos vendo esses resultados”, aponta.

Apesar da queda na taxa oficial, o bioma amazônico tem sofrido com efeitos da seca histórica que atinge a região e gera focos de queimadas. O estado do Amazonas está em estado de emergência ambiental desde setembro por conta da secura causada pelo El Niño, fenômeno que causa alterações na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico.

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