Destaques

Despreparo e estratégia de agressão marcam início do governo. Por Kennedy Alencar

O presidente eleito, Jair Bolsonaro – Tânia Rêgo/Arquivo Agência Brasil

Publicado originalmente no Blog do Kennedy

Despreparo administrativo e estratégia política agressiva são as palavras que definem o início do governo Jair Bolsonaro.

Na semana passada, ficou evidente a falta de estratégia clara a respeito da reforma da Previdência e a incapacidade do presidente da República de dar informações corretas sobre esse tema em particular e a economia em geral.

O despreparo, que já é grave, ganha a adição de uma estratégia agressiva que busca ver inimigos por todos os lados. Bolsonaro e seus filhos têm mirado no PT, Lula, “globalismo marxista”, seja lá o que isso signifique.

Paulo Guedes, ministro da Fazenda, voltou a bater duro, falando em caixa preta nos bancos públicos, em associações perversas entre burocratas e políticos.

Ora, é preciso apresentar provas de crimes cometidos nos bancos públicos. Apontar suspeitas sem provas é uma atitude leviana, sobretudo na boca de ministro. Também é necessário entender que a exportação de serviços é prática global correta da maioria dos governos.

O Brasil tem projeção geopolítica na África e na América Latina. É natural que o BNDES tenha financiado projetos de empresas brasileiras que conquistaram obras. Se houve casos de corrupção nos contratos, que sejam apurados e punidos.

É falta de compreensão da economia internacional atacar suposta rede de corrupção nos bancos públicos. O que Joaquim Levy, ex-ministro da Fazenda de Dilma, pensa realmente sobre esse discurso a respeito dos bancos públicos e do BNDES? Como esteve no governo, Levy pode ajudar Guedes a obter provas de suas acusações.

Normalmente, governos buscam evitar conflitos. A gestão Bolsonaro opta por acirrar confrontos. Essa estratégia pode até funcionar na campanha. Afinal, deu certo para ele.

Mas governar com a estratégia agressiva contra tudos e todos costuma dar errado e dificultar a entrega de resultados. Nos EUA, o presidente Donald Trump, por exemplo, começa a ver que esse método tem limite.

Foram incomuns o nível de bateção de cabeça, de anúncios equivocados e de choques internos na primeira semana do governo Bolsonaro. Isso não é da tradição nacional, mas sinal preocupante da falta de preparo para administrar um país tão complexo como o Brasil. E a agressão como método também não trará boas novas.

Diario do Centro do Mundo

Disqus Comments Loading...
Share
Published by
Diario do Centro do Mundo

Recent Posts

Filha de Michelle Bolsonaro divulga conta pessoal ao pedir Pix para o RS

Letícia Firmo, filha mais velha da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), está incentivando internautas no Instagram…

3 horas ago

A extrema direita viciada em PIX age até em catástrofes. Por Moisés Mendes

Admito que demorei a acreditar que o coronel Zucco, deputado federal gaúcho que presidiu a…

3 horas ago

Lula assina decreto para acelerar reconstrução do Rio Grande do Sul

Publicado originalmente por Brasil de Fato O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou e…

4 horas ago

Governo Lula libera R$ 1 bilhão de emendas para prefeituras atingidas no RS

O governo federal anunciou a liberação iminente de R$1,06 bilhão em emendas parlamentares destinadas aos…

4 horas ago

Temporal com granizo e alagamento deve atingir extremo Sul do RS, diz Inmet

Publicado originalmente por Brasil de Fato O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou um alerta,…

5 horas ago

Petrobras doará R$ 5,6 milhões para auxílio vítimas no RS

A Petrobras aprovou, nesta segunda-feira (06/5), uma doação no valor de R$ 5,6 milhões para…

5 horas ago