Determinação de Moraes é comemorada por aliados de Bolsonaro; saiba qual

Atualizado em 12 de novembro de 2023 às 9:07
Frederick Wassef e Jair Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

Aliados de Jair Bolsonaro (PL) encontraram motivo para comemorar em meio às frequentes discordâncias com as decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Uma determinação, datada de 23 de agosto, que proíbe o advogado Frederick Wassef, figura-chave no escândalo das joias sauditas, de contatar outros envolvidos na investigação, incluindo o próprio Bolsonaro, foi recebida positivamente por interlocutores do ex-presidente. As informações são da coluna de Malu Gaspar, no Globo.

Algumas das joias sauditas presenteadas ao governo brasileiro durante a gestão Bolsonaro. (Foto: Reprodução)

A proibição, que impede Wassef de se comunicar com Mauro Cid, o tenente Osmar Crivelatti e outros investigados, foi elogiada nos círculos bolsonaristas.

“No final, os inquéritos foram bons por uma coisa: Wassef está proibido de falar com todos. Ele se metia em tudo, dava entrevista de processo dos outros. Adorava um holofote, e no caso das joias ele se meteu mais do que deveria”, revelou reservadamente um interlocutor de Bolsonaro.

Wassef é acusado de recomprar ilegalmente o relógio Rolex vendido nos Estados Unidos por Mauro Cid. A decisão de Moraes, em apenas duas páginas, ressalta a necessidade da incomunicabilidade entre os investigados para a conveniência da instrução criminal.

“Evidentemente, neste caso, a incomunicabilidade entre os investigados alvo da medida de busca e apreensão é absolutamente necessária à conveniência da instrução criminal, pois existem diversos fatos cujos esclarecimentos dependem da finalização das medidas investigativas”, observou Moraes à época da decisão.

“Wasséfalo”

A mudança de versão de Frederick, que inicialmente negou qualquer relação com o Rolex, durante uma entrevista em 15 de agosto, foi considerada desastrosa para a estratégia de defesa, rendendo ao advogado, conhecido por ser um dos mais leais auxiliares de Bolsonaro, o apelido de “Wasséfalo”.

Os aliados de Bolsonaro ficaram incomodados, pois Wassef não era o advogado do ex-capitão nesse caso e sua atitude não foi submetida a ninguém. Sua tentativa de argumentar que as joias eram “item personalíssimo”, contrariando a posição do Tribunal de Contas da União (TCU), também contribuiu para a desaprovação.

A decisão de Moraes, que já causou dores de cabeça ao clã Bolsonaro em outros momentos, acabou facilitando a vida dos membros do time jurídico do ex-presidente, que sempre se queixaram da interferência de Wassef em diversos assuntos.

Acerca da decisão, em nota, Wassef afirmou que nunca mudou de versão e que a coletiva de imprensa em que admitiu a compra do Rolex foi feita com autorização e ciência de Jair Bolsonaro.

“Mas, ao contrário, fui eu que convoquei uma coletiva de imprensa para exatamente informar que eu comprei o relógio com meus próprios recursos e dei a entrevista com autorização e ciência de meu cliente Jair Bolsonaro”, disse trecho do documento.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram,clique neste link