Deu ruim: Bolsa despenca e dólar sobe com possível candidatura de Flávio

Atualizado em 5 de dezembro de 2025 às 14:48
Ibovespa cai e dólar sobe em nova investida do mercado financeiro. Foto: Divulgação

O mercado financeiro observou um dia de volatilidade nesta sexta-feira (5), com o dólar registrando alta e o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, exibindo movimentos mistos. O dólar disparou 2%, atingindo R$ 5,418 no início da tarde, enquanto o Ibovespa renovava sua máxima histórica, superando os 165 mil pontos, mas passou a cair após o anúncio de que o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) seria o candidato escolhido pelo pai, Jair Bolsonaro, para disputar a Presidência em 2026.

O mercado reagiu negativamente à notícia, com o índice caindo 1,77% para 161,5 mil pontos às 13h39. No início do pregão, o dólar operava em leve alta de 0,24%, cotado a R$ 5,323, mas atingiu sua máxima do dia, R$ 5,428, antes de recuar. A alta da moeda americana segue em contraste com a queda do Ibovespa, que, após superar 165 mil pontos, caiu devido ao impacto de informações políticas sobre as eleições de 2026.

O mercado também continua atento à política monetária nos Estados Unidos, com a inflação americana e a definição da taxa de juros no foco. O Índice de Preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE), um dos principais indicadores acompanhados pelo Federal Reserve (Fed), apresentou números dentro das expectativas do mercado, com inflação mensal de 0,3% e anual de 2,8% em setembro.

A expectativa é que o Fed continue a reduzir a taxa de juros, com uma probabilidade de 87,2% de um corte de 0,25 ponto percentual até o final de 2025, o que pode impactar diretamente os mercados globais. No Brasil, o cenário político também exerce grande influência sobre os movimentos econômicos.

A confirmação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu seu filho, Flávio, como candidato à presidência em 2026 trouxe instabilidade no mercado. Flávio, que deve ganhar força política com apoio de governadores aliados, como Tarcísio de Freitas e Cláudio Castro, começa a se posicionar como possível adversário de Lula nas próximas eleições.

O ex-presidente Jair Bolsonaro escolheu seu filho, Flávio Bolsonaro. Foto: Divulgação

O perfil mais moderado de Flávio é visto como uma tentativa de consolidar apoio dentro da classe política e do segmento econômico, embora tenha gerado reações negativas no mercado financeiro, que preferia Tarcísio como o principal candidato ao Planalto.

Além da escolha de Flávio, o Congresso Nacional aprovou o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, que obriga o governo de Lula a pagar 65% das emendas obrigatórias até o meio do ano eleitoral.

O valor, que corresponde a cerca de R$ 13 bilhões, deve ser pago até julho de 2026, e representa um dos principais pontos de disputa entre o governo e o Congresso. A aprovação da LDO coloca o governo diante de um desafio para cumprir com as exigências do Legislativo, especialmente em ano eleitoral, quando as tensões políticas aumentam.

A LDO também determinou que 65% dos recursos impositivos, que são de responsabilidade do governo, sejam executados no primeiro semestre de 2026, afetando diretamente emendas individuais e de bancada estaduais.

A medida gerou debate e adiamento da votação por quase cinco meses, até que o relatório do deputado Gervásio Maia (PSB-PB) fosse aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) e finalmente chegasse ao plenário do Congresso.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.