“Deus não limitou a burrice”, diz advogado sobre golpismo de ministro da Defesa

Atualizado em 15 de julho de 2022 às 17:51
Ministro da Defesa foge de pergunta sobre Forças Armadas
Ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira
Foto: Billy Boss/Câmara dos Deputados

O advogado e coordenador do grupo Prerrogativas, Marco Aurélio de Carvalho, criticou a proposta feita pelo Ministério da Defesa ao Senado de instituir uma “votação paralela” durante as eleições deste ano.

A proposta do Ministério da Defesa foi feita pelo chefe da pasta, o general Paulo Sérgio Nogueira, e pelo coronel Marcelo Nogueira de Souza. Ela sugere que as urnas eletrônicas não estão protegidas contra ameaças, mesmo que não existam provas que comprovem isso.

“É inadmissível que um ministro da Defesa faça, à luz do dia, uma ameaça tão clara à democracia e ao sistema eleitoral vigente”, disse Marco Aurélio à Folha de S.Paulo.

“O ministro está propondo um sistema paralelo de votação que é, ao contrário do vigente, absolutamente fraudável e inoportuno. Basta que um grupo de pessoas queira votar de uma forma na urna eletrônica e de outra com o teste para que a confusão seja armada”, afirmou o advogado.

“Faz jus ao sábio ditado popular de que Deus limitou a inteligência, mas não fez a mesma coisa com a burrice”, segue. “É de uma estupidez singular que não tem precedente”, completou.

A “votação paralela” sugerida pelo Ministério da Defesa, aconteceria com cédulas de papel no dia das eleições, como forma de testar a integridade das urnas eletrônicas.

A sugestão foi feita durante audiência pública na Comissão de Fiscalização e Controle do Senado Federal. Sérgio Nogueira ainda recomendou testes de veracidade das urnas no momento da votação, teste público de segurança nos aparelhos do modelo 2020 e o que ele chamou de “auditoria independente”.

“A gente propõe uma pequena alteração no que está estabelecido, sendo coerente com a resolução do TSE. Ela prevê o teste das urnas em condições normais de uso. Como seria esse teste? Urnas seriam escolhidas, só que em vez de levar para a sede do Tribunal Regional Eleitoral, essa urna seria colocada em paralelo na seção eleitoral”, disse o coronel Marcelo Sousa durante a audiência.

Ele ainda complementou dizendo que o eleitor “faria sua votação e seria perguntado se ele gostaria de contribuir para testar a urna. Ao fazer isso, ele geraria um fluxo de registro na urna teste, similar à urna original, e, após isso, os servidores fariam votação em cédulas de papel. Depois dessa votação, ela seria conferida com o boletim de urnas”.

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