O Dia das Mães, a pátria e a figura materna. Por Miguel Paiva

Atualizado em 8 de maio de 2022 às 9:41

Dia das Mães

Aproveito o dia das mães para fazer uma reflexão sobre o conceito de pátria e a figura materna. A pátria é muito mais mãe gentil do que país bélico que defende um conceito de família onde a mãe de verdade é colocada para escanteio. Mãe é um conceito de abrangência, de aceitação, de abrigo e proteção. A pátria exaltada por este governo é o contrário disso, uma figura híbrida que veste farda e carrega a faca entre os dentes. Está longe do seio que alimenta livremente, do acolhimento, dos filhos ao redor, do conhecimento transmitido e do amor dividido entre todos. A pátria mãe é sorridente, criativa, artística e alegre. Ela canta, dança e dá as mãos aos outros porque sabe que esse toque, esse carinho é para ser dividido entre todos.

A mãe que temos na herança da memória é esta, a que entende, tem sempre uma palavra de estímulo e compreensão e passa a sabedoria com amor e carinho. Ela sabe e sabe dividir e passar adiante o que sabe.

O dia das mães devia repetir esse conceito. Não é um presente comprado numa loja que desesperadamente tenta sobreviver que vai fazer este amor resistir. Este amor está ligado à luta pela vida, ao colo dado às crianças famintas, ao sorriso quase que resistente ao esforço dos filhos para sobreviver. Esta ideia de mãe que vai nos fazer ir adiante, chegar ao futuro sabendo que o abraço da mãe gentil vai nos dar de volta a alegria plena, a realização, o progresso social e humano.

A mãe que temos é essa mãe que quer a realização de todos os sonhos e não um padrão limitado e desprovido de liberdade, seja na educação que ela estimula, seja no trabalho que ela prega e no amor que ela respira e transpira.

Chega deste conceito de família que estabelece regras impostas, limites e pecados que nem sabemos cometer. Pecados não existem nessa relação amorosa entre mãe e filho. Não dá para explicar o que mantém este amor vivo. Talvez seja o sentimento de crescimento, de evolução, de busca pela felicidade de quem saiu do seu corpo, que circulou no seu sangue.

Esta é a verdade que une a nós todos. Uma atitude espontânea que faz o sangue circular e não escorrer pelas ruas. A felicidade imposta só satisfaz a poucos e não é verdadeira.

Publicado originalmente aqui

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