‘Diaba Loira’, catarinense procurada por tráfico, é executada em guerra de facções no Rio

Atualizado em 16 de agosto de 2025 às 15:35
Eweline Passos Rodrigues, de 28 anos, conhecida como “Diaba Loira”, era casada e tinha dois filhos. Foto: Reprodução

Eweline Passos Rodrigues, de 28 anos, conhecida como “Diaba Loira”, foi encontrada morta a tiros na noite de quinta-feira (14) em Cascadura, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Procurada por envolvimento com o tráfico e organização criminosa, ela havia publicado nas redes sociais a frase que marcaria seu destino: “Não me entrego viva, só saio no caixão”. A principal suspeita da Delegacia de Homicídios da Capital é de que a execução esteja ligada à guerra entre facções rivais.

Natural de Santa Catarina, Eweline tinha três mandados de prisão em aberto, dois deles expedidos pelo Tribunal de Justiça catarinense, e uma condenação definitiva de 5 anos e 10 meses em regime fechado. Sua trajetória no crime começou após sobreviver a uma tentativa de feminicídio em 2022, quando o ex-companheiro perfurou seu pulmão. Após fugir para o Rio, ingressou no Comando Vermelho (CV) e passou a ostentar armas de grosso calibre nas redes sociais, conquistando mais de 70 mil seguidores.

Eweline participou de confrontos armados em áreas dominadas pelo CV, como a Gardênia Azul, mas rompeu com a facção e declarou apoio ao Terceiro Comando Puro (TCP), tornando-se alvo de ameaças da antiga organização. Sua aproximação com a Tropa do Coelhão, liderada por William Yvens Silva no Complexo da Serrinha, foi marcada por postagens e uma tatuagem nas costas com referências ao Coelhão e ao chefe da facção, Wallace de Brito, o Lacoste.

Traficante conhecida como Diaba Loira foi morta. Foto: Reprodução

A mudança de lado ocorreu em meio a confrontos intensos entre CV e TCP em comunidades da Zona Norte, incluindo Campinho e o Morro do Fubá. Há cerca de um mês, o Disque Denúncia havia divulgado um cartaz oferecendo recompensa por informações sobre seu paradeiro, e a polícia suspeitava que ela estivesse escondida na Bahia.

Na noite de sua morte, moradores relataram intenso tiroteio antes do corpo ser encontrado na Rua Cametá, por volta das 23h40. O local fica próximo à Serrinha, território controlado pela facção que ela passou a apoiar. Não havia operação policial em andamento, reforçando a hipótese de execução por rivais.

A morte da “Diaba Loira” ocorre em um momento de escalada da violência entre facções no Rio, com confrontos quase diários e ataques direcionados a integrantes que mudam de lado. O caso segue sob investigação da Polícia Civil, que busca identificar os autores e mandantes do crime.