Difícil acesso a cannabis medicinal prejudica tratamentos

Atualizado em 14 de fevereiro de 2019 às 9:20

O tratamento com cannabis medicinal é permitido pelo Conselho Federal de Medicina desde 2014. Já a importação do canabidiol (substância presente na cannabis) foi legalizada em 2015 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Porém, desde sua autorização, o órgão recebeu poucos pedidos de prescrição desse medicamento por parte dos médicos.

Em 2018, houve 520 prescrições do canabidiol. A questão é que esse é um número pequeno comparado com o tamanho populacional do Brasil, que é de 200 milhões de habitantes.

Entre as causas para esse baixo número estão o alto custo do medicamento e médicos que ainda veem a cannabis como um tabu. Apesar de o canabidiol já ter sido testado e comprovado que pode auxiliar no tratamento de algumas doenças, como a epilepsia, ele precisa ganhar mais adesão dos profissionais da saúde.

Custo alto do Canabidiol

O custo alto dos medicamentos contendo canabidiol é um dos motivos que há ainda uma baixa procura por essa forma de tratamento. Isso se deve ao fato de que não há um fornecedor nacional. Dessa forma, o medicamento é importado, o que eleva o valor pago por ele.

Há famílias que chegam a gastar de R$ 1600 a R$ 5 mil por mês apenas com o canabidiol. Isso sem contar tratamentos alternativos e outros remédios que são utilizados paralelamente. Dessa forma, algumas famílias não veem outra alternativa a não ser recorrer à Justiça para conseguir um apoio financeiro para a aquisição do remédio.

Há casos de crianças que por conta de seu estado de saúde, tinham até 70 crises convulsivas por dia. Porém, depois que elas passaram a utilizar o canabidiol, puderam ficar até duas semanas sem nenhuma crise. Para essas famílias, é essencial ter um acesso mais simplificado e barato ao medicamento.

O canabidiol é uma das substâncias medicinais presente na maconha. Ele auxilia no controle de crises de convulsão em crianças e adolescentes. Além dessa forma de uso, ele pode servir no tratamento de Parkinson, de esclerose múltipla, de dores crônicas e dos sintomas do câncer.

Com relação às últimas doenças citadas, os pacientes enfrentam maior dificuldade para obter a prescrição do medicamento. Isso acontece porque os remédios utilizados nesses casos tendem a ter quantidades um pouco maiores de THC do que de canabidiol.

O THC é uma substância utilizada mais para o uso recreativo. Então, apesar de existirem estudos que comprovem a eficácia do canabidiol, não existe para o THC. Além do mais, doses baixas desta última substância podem ocasionar risco de crises psicóticas de natureza esquizofrênica e problemas cognitivos para jovens antes dos 15 anos.

Esse não é o caso para quem sofre com epilepsia, em que o medicamento contém mais canabidiol. Porém, mesmo assim, o processo para conseguir esse tratamento é burocrático e caro.

Baixa aceitação do uso entre médicos

O outro grande motivo do porquê a Anvisa recebeu poucas prescrições do canabidiol é que ainda há o tabu por parte de muitos médicos em utilizar esse medicamento. Isso resulta em pacientes que não conseguem ter uma boa resposta a outros medicamentos.

O Conselho Federal de Medicina no Brasil só autoriza psiquiatras, neurocirurgiões e neurologistas a prescreverem o canabidiol. Isso restringe muito o poder de aquisição de pacientes, já que precisarão passar por esses médicos específicos, além de ser contar com a sorte de encontrar com um que veja o canabidiol como um medicamento e não um tabu.

Por outro lado, também temos a questão do entendimento do sistema endocanabinoide, que é relativamente novo. Esse sistema tem como propósito a estabilização do ambiente interno do corpo. Para isso, ele utiliza os canabinoides produzidos pelo próprio organismo ou os obtidos da cannabis.

Muitos médicos que ainda estão sendo formados não estudam esse sistema nas faculdades. Isso faz com que eles desconheçam os efeitos dos canabinoides no organismo humano.

Sendo assim, são poucos os médicos que têm interesse na área e estudam sobre o sistema e reconhecem que o canabidiol pode proporcionar mais saúde. Isso restringe ainda mais a lista de médicos aptos para prescrevem esse tipo de medicamento, pois, além de terem uma qualificação específica, eles precisam ir atrás desse novo conhecimento para entenderem que a cannabis pode ser uma solução para muitos pacientes.

Como forma de auxiliar os pacientes a encontrarem médicos que prescrevem cannabis, novas plataformas online estão surgindo. Esse é o caso da Dr.Cannabis, que veremos abaixo.

Plataforma Online auxilia tratamentos com cannabis medicinal

A Dr.Cannabis é uma plataforma online onde pacientes interessados no uso da cannabis medicinal e médicos que estão habilitados a prescreverem o canabidiol podem se cadastrar.

Através do site, os pacientes podem realizar um cadastro para terem acesso à lista de médicos e ao agendamento de consultas.

Com a Dr.Cannabis é possível tornar o processo de conseguir o cannabidiol mais simples. Já que ela ajuda a conectar médicos e pacientes, auxilia no processo da consulta, da importação da cannabis e no contato direto e facilitado com os fornecedores de fora do país.

Essa é uma iniciativa que busca auxiliar as pessoas a conseguirem um tratamento adequado e eficaz contra doenças, como a epilepsia, com o auxílio da cannabis. Apesar de, muitas vezes ter um custo alto, essa substância é a única que consegue oferecer uma boa qualidade de vida a muitos pacientes que têm dezenas de crises convulsivas por dia.

A partir do momento que o tratamento com cannabis medicinal começar a ser visto com mais naturalidade por parte dos médicos, governo e até de uma boa parte da população, poderá ser possível a produção de canabidiol no próprio país. Isso reduziria o preço do tratamento.

Porém, enquanto isso não acontece a alternativa mais eficiente é utilizar plataformas, como a Dr.Cannabis, para conseguir utilizar o canabidiol no tratamento dos pacientes. Sendo assim, comece a se informar sobre essas novas formas de tratamento e ajude a compartilhar conhecimento.