Digitalização de escolas: o dilema enfrentado por Paraná e SP após fracasso na Suécia

De forma precária, e improvisada, Ratinho Jr. e Tarcísio de Freitas bancam um sistema que ainda não virou realidade nos países com os melhores índices de Educação

Atualizado em 31 de julho de 2023 às 11:18
Alunos durante aula em escola brasileira. (Foto: Reprodução)

Após a Suécia decidir recuar no processo de digitalização da Educação Básica em decorrência das quedas drásticas nos exames educacionais internacionais do país, os governos de São Paulo e Paraná têm enfrentado um dilema acerca da implementação dos meios “modernos” de ensino nas escolas dos estados.

Segundo a Suécia, os alunos passaram a ler menos e apresentaram mais dificuldades de compreensão após a implementação do sistema digital.

No caso do Paraná, o governador Ratinho Jr. adotou a digitalização da educação com o auxílio do empresário Renato Feder. No entanto, após discussões a respeito da eficiência desse tipo de educação, à exemplo do levantamento suéco, os programas educacionais digitais têm enfrentado contestações por parte de representantes da comunidade escolar.

Mesmo com as grandes discussões neste âmbito, Tarcísio de Freitas (Republicanos), atual governador de SP, resolveu trazer o empresário Renato Feder para liderar a pasta da Educação, afim de implantar o mesmo sistema de digitalização no estado paulista.

A decisão tem gerado debates acalorados, com especialistas da Educação preocupados com os possíveis efeitos negativos que a digitalização pode trazer para o ensino e a aprendizagem dos alunos brasileiros.

Antes de criticar plenamente a digitalização do ensino, a maioria dos especialistas da área defendem que é essencial que se leve em conta as experiências de outros países que enfrentaram dificuldades similares ao tentar adotar uma abordagem parecida na educação, além da avaliação das evidências e impacto real da digitalização no processo de ensino.

Além da Suécia ter mostrado um posicionamento negativo com relação ao ensino modernizado, um relatório recente divulgado pela Unesco, com o título “Tecnologia na educação: uma ferramenta a serviço de quem?”, alertou sobre os impactos negativos da introdução de tecnologias na educação, sem qualquer diálogo ou reflexão crítica.

O documento é mais um que põe em xeque o modelo educacional adotado pelos governos de Ratinho Jr.  e Tarcisio e destaca que a tecnologia sozinha não garante bons resultados. Debates e profunda reflexão sobre os impactos dos métodos modernos de ensino precisa entrar na pauta da Educação de forma urgente, antes que seja tarde e mais uma vez o pais siga para mais  um período de retrocesso.

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