Ela deve informações preciosas ao jovem ativista a quem não ofereceu asilo.
Oliver Stone, o cineasta, lamentou há pouco tempo no twitter, a ausência de Lula no comando do Brasil.
Ele criticava Dilma por não haver oferecido asilo a Snowden. Maduro e Correa, por exemplo, se apressaram em abrir as portas a Snowden, ainda que num gesto mais simbólico que prático, dado o cerco americano ao jovem que denunciou o ubíquo esquema de espionagem de Washington.
Stone estava certo.
A maior prova disso reside na reação justificadamente enraivecida de Dilma ao saber que foi objeto de espionagem especial.
Não fosse Snowden, não saberíamos de nada. Dilma continuaria a oferecer aos Estados Unidos uma deferência obsequiosa que, fora do campo da retórica vazia, claramente não encontra correspondência.
Snowden sacrificou seu futuro em nome de uma causa grandiosa. Morava no Havaí com uma namorada linda, tinha um bom salário e levava aquela vida que costumamos definir como próxima do ideal.
Hoje é caçado. Se for apanhado pelos americanos, pode-se imaginar o que o aguarda pela sentença de Manning – 35 anos de prisão.
O crime, aspas, de Snowden foi revelar um crime, sem aspas, dos Estados Unidos.
Dilma, como mostrou a reportagem de Glenn Greenwald no Fantástico feita com material de Snowden, foi vítima desse crime.
O homem a quem deve uma informação tão importante não mereceu uma retribuição – ainda que simbólica, repito – no momento em que buscava um teto.
Não há, agora, o que ela possa fazer quanto a isso.
Mas pode, pelo menos, aprender uma lição preciosa
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