Dinamarca denuncia interferência dos EUA na Groenlândia e convoca diplomata

Atualizado em 27 de agosto de 2025 às 7:24
Trump e a Groenlândia

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Dinamarca convocou nesta quarta-feira (27) o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos após relatos de que Washington está tentando influenciar a opinião pública na Groenlândia.

O diplomata, atualmente o mais alto representante norte-americano no país, aguarda a aprovação de um novo embaixador por parte de Washington.

A denúncia surgiu após a emissora pública dinamarquesa DR divulgar que, nos últimos dias, pelo menos três cidadãos norte-americanos ligados ao presidente Donald Trump teriam atuado para fomentar apoio à independência da Groenlândia, território autônomo sob soberania dinamarquesa.

Segundo a reportagem, os envolvidos buscavam recrutar moradores locais para essa causa.

Uma dessas pessoas supostamente compilou uma lista de groenlandeses simpatizantes dos EUA, coletou nomes de pessoas que se opunham a Trump e fez com que moradores locais apontassem casos que poderiam ser usados ​​para difamar a Dinamarca na mídia americana. Outros dois tentaram cultivar contatos com políticos, empresários e moradores locais.

O ministro dinamarquês Lars Lokke Rasmussen classificou as supostas ações dos Estados Unidos como “inaceitáveis” e afirmou que medidas semelhantes já haviam sido adotadas em maio.

Os serviços de inteligência da Dinamarca (PET) alertaram nesta semana que a ilha foi alvo de campanhas com o objetivo de gerar atritos políticos entre Nuuk e Copenhague.

O episódio reacende tensões iniciadas quando Trump manifestou interesse em incorporar a Groenlândia aos EUA alegando motivos de segurança nacional.

Tanto autoridades dinamarquesas quanto representantes do governo local condenaram as iniciativas norte-americanas, qualificando-as como “hostis”.